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Otelo recorda escritor apaixonado pela Revolução dos Cravos

Otelo Saraiva de Carvalho recorda o escritor Gabriel García Márquez, hoje falecido, como "um repórter apaixonado pela situação que se vivia em Portugal" com a revolução do 25 de Abril.

Otelo recorda escritor apaixonado pela Revolução dos Cravos
Notícias ao Minuto

22:40 - 17/04/14 por Lusa

País García Márquez

"A revolução portuguesa, nos moldes em que foi feita, pelo facto de terem sido militares de postos intermédios do Exército, Força Aérea e Armada a fazer uma revolução com um cunho, inicialmente, pelo menos, de carácter socialista" despertou em Gabriel García Márquez um "interesse enorme", recorda o militar que coordenou o Movimento das Forças Armadas em 1974.

Otelo Saraiva de Carvalho recorda-se de algumas das reportagens que o escritor colombiano realizou sobre o 25 de Abril: "Gostei bastante da forma como fez a descrição da Revolução dos Cravos."

"Não só o que escreveu, mas sobretudo a forma como escreveu" salienta.

"Politicamente foi um homem que sempre teve uma paixão intensa por processos revolucionários que pudessem fazer singrar a humanidade em termos de vida política, de acesso dos trabalhadores ao poder e à participação da vida política ativa do país", adiantou.

Gabriel García Márquez morreu hoje na Cidade do México.

O autor de "Cem anos de solidão" foi distinguido com o Nobel da Literatura, em 1982, e não publicava desde 2010, quando foi dado à estampa "Yo no vengo a decir un discurso" ("Eu não venho dizer um discurso").

"Memória das minhas putas tristes", editado em 2004, é o último livro de ficção de um autor de causas, que nunca escondeu simpatias políticas, nomeadamente pelo regime cubano de Fidel Castro.

O romance sucedeu a "Do Amor e outros demónios", publicado dez anos antes. "Amor em tempos do cólera", "Crónica de uma morte anunciada", "O general no seu labirinto" e "Ninguém escreve ao coronel" são outros títulos emblemáticos do escritor.

Na passada segunda-feira, a mulher e os filhos do escritor colombiano emitiram um comunicado, no qual afirmavam que o estado de saúde do escritor era "muito frágil", havendo "risco de complicações".

Gabriel Garcia Márquez regressara a casa no início do mês, depois de uma hospitalização que durou uma semana, por uma infeção pulmonar.

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