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Resultados ambientais positivos podem retroceder

O ambientalista Francisco Ferreira afirmou hoje que Portugal se tem destacado positivamente nas políticas de combate às alterações climáticas, mas alertou que a suspensão dos investimentos nas energias renováveis pode ameaçar os bons resultados alcançados.

Resultados ambientais positivos podem retroceder
Notícias ao Minuto

14:23 - 18/11/13 por Lusa

País Clima

Portugal é o terceiro país com melhor desempenho de políticas de alterações climáticas entre os 58 países mais industrializados, segundo o índice Climate Change Performance Index, divulgado hoje na Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas, em Varsóvia, Polónia.

Em declarações à Lusa, Francisco Ferreira, da Quercus, adiantou que Portugal conseguiu chegar ao pódio porque conseguiu "boas prestações em várias variáveis".

Portugal tem baixas emissões de gases com efeito estufa por habitante e aumentou o investimento na eletricidade produzida a partir de fontes renováveis, além de "um comportamento melhor no que respeita à eficiência energética", adiantou.

Contudo, Francisco Ferreira, que está em Varsóvia, alerta que estes resultados podem estar ameaçados se o investimento abrandar.

"Infelizmente as últimas medidas deste Governo, de suspensão dos investimentos das energias renováveis, e acomodarmo-nos ao facto de já estarmos a ter emissões reduzidas irão funcionar de certeza ao contrário daquilo que é desejável, que é melhorarmos a nossa performance climática", sublinhou.

Vários estudos demonstram que o investimento nesta área tem "uma ligação importante à criação de emprego, à criação de novas oportunidades e economias" que se deve "saber aproveitar".

Portugal subiu um lugar no ranking pela redução no uso de combustíveis fósseis, fomentada pela crise, e pelos resultados da política energética devido, principalmente, ao investimento nos últimos anos em energias renováveis.

"Olhando para o total de indicadores, Portugal acaba por se destacar e até em situação inversa há de outros países, que também poderiam ter indicadores melhores nesta área por causa da crise económica, com é o caso da Grécia".

Esta situação "mostra que é possível definir caminhos diferentes desde que sejam devidamente antecipados", sublinhou.

"Portugal consegue estar à frente da Suécia, o que não deixa de ser importante, porque a Suécia é considerado um país exemplar e estamos apenas atrás da Dinamarca, que está no primeiro lugar, e do Reino Unido.

Em termos mundiais, os países "mais marcantes" têm tido evoluções distintas: Os Estados Unidos estão a conseguir tomar algumas medidas de eficiência energética, reduzindo o uso do carvão, e a China tem feito um "forte investimento em energias renováveis" e reduzido ligeiramente o uso carvão devido aos problemas de poluição do ar no país.

Os países piores são os associados ao petróleo, nomeadamente a Arábia Saudita e o Cazaquistão", frisou Francisco Ferreira, acrescentando que "infelizmente" o Canadá também tem "uma performance climática muito má".

Para o ambientalista, "O Japão e a Austrália foram, até agora, as grandes desilusões" na conferência.

"A Austrália pelas medidas internas que anulam muito do esforço que tinha a ser vindo feito no país em termos de redução de emissões e de política climática e o Japão porque se tinha comprometido, entre 1990 e 2020, a uma redução de 25% e vai aumentar 3%", explicou.

Contudo, "é difícil fazer uma avaliação" em relação ao Japão, porque "o seu principal problema prende-se com o seu futuro pós Fukushima".

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