Morreu antigo vice-primeiro-ministro da Irlanda do Norte
Martin McGuinness, que foi vice-primeiro-ministro durante uma década de poder partilhado na Irlanda do Norte e ex-chefe do IRA, morreu, hoje de madrugada, aos 66 anos, anunciou o seu partido em comunicado.
© Getty Images
Mundo Óbito
"É com profundo pesar e tristeza que ficámos a saber da morte do nosso amigo e camarada Martin McGuinness, que faleceu durante a madrugada em Derry", indicou o Sinn Féin, partido nacionalista que representa os interesses católicos irlandeses na aspiração de integração na República da Irlanda.
Martin McGuinness morreu na sequência de um raro problema cardíaco, segundo a emissora britânica BBC.
Figura histórica do Sinn Féin renunciou recentemente à vida política. Demitiu-se em janeiro em divergência com a líder da outra formação no poder na Irlanda do Norte, Arlene Foster, do Partido Democrático Unionista (DUP), forçando eleições antecipadas naquela província britânica.
Pouco depois de abandonar o seu cargo anunciou que deixava também a cena política por sofrer de amiloidose, uma grave doença degenerativa que afetou o seu coração.
Martin McGuinness era também conhecido por ter sido um dos líderes do extinto Exército Republicano Irlandês (IRA, na sigla em inglês), organização responsável por vários atentados e protagonista da violência que dominou a região durante três décadas.
O presidente do Sinn Féin, Gerry Adams, destacou a "determinação, dignidade e humildade" mostrada por McGuinness durante toda a sua vida".
"Era um republicano apaixonado que trabalhou incansavelmente pela paz e reconciliação e pela reunificação do seu país", assinalou Adams, amigo pessoal e companheiro de McGuinness durante o passado conflito naquela província britânica.
Juntos conseguiram levar o atualmente extinto IRA ao desarmamento e o fim da violência e pôr em marcha um processo de paz bem-sucedido que culminou na formação em 1998 de um governo de poder partilhado.
Católico, McGuinness foi um dos dirigentes do IRA que combateu a dominação britânica no Ulster durante os 30 anos de conflito, que causou mais de 3.500 mortos, mas foi também um dos principais intervenientes no processo que levou o movimento clandestino a depor as armas e um negociador essencial do acordo de paz de Sexta-feira Santa de 1998.
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