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Atenienses muito divididos entre o 'sim' e o 'não'

A convicção ou a indefinição estão em definitivo instaladas nas ruas de Atenas após o primeiro-ministro Alexis Tsipras ter confirmado esta tarde a realização no domingo do referendo sobre o acordo com os credores internacionais.

Atenienses muito divididos entre o 'sim' e o 'não'
Notícias ao Minuto

19:02 - 01/07/15 por Lusa

Mundo Grécia

"Somos jovens, temos problemas com os nossos empregos, não temos dinheiro, mas não há razão para sair da Europa. Vou votar 'sim' no domingo", diz à reportagem da Lusa Niki, 33 anos, empregada numa loja, quando se dirigia apressada para o metro.

Considera que ainda é possível encontrar uma "solução de meio-termo" entre Atenas e os credores e receia que a Grécia não sobreviva fora da moeda única.

"Não há empregos, as pessoas já não compram nada, não sabemos se recebemos os nossos salários, não podemos tirar dinheiro do banco, atualmente nada funciona na Grécia? Não tenho nenhuma esperança no primeiro-ministro, no país julgo que sim", afirmou.

Do outro lado da avenida Stadiou, entre as praças Omonia e Syntagma, Panos, 23 anos, estudante no Instituto Politécnico e à procura de trabalho, tem uma posição totalmente oposta.

"Defendo o voto ´não' e não apenas sobre o acordo, sou contra a permanência da Grécia na zona euro e na União Europeia. Esta situação não está a ajudar o país. A maioria da população rejeita este acordo com os credores mas de forma geral querem ficar na UE, mas não desta forma", refere, convicto.

"É um referendo arriscado, não sei se a vitória do 'não' implica a saída da zona euro. A Alemanha e outros países dizem que a Grécia sai, depois dizem que não sai? É complicado. Mas o povo não pode suportar mais sacrifícios, mais cortes nos salários e pensões", salienta.

Já na avenida Athinas, perto do grande mercado central da capital, Andreas, 45 anos e empregado num restaurante, interrompe uma música que escutava no telemóvel.

"Estou muito confuso. Não vou votar porque teria de ir à ilha de Syros, onde estou recenseado, e custa dinheiro. Estou confuso porque não sei qual é a pergunta. Ficar na Europa ou fora da Europa? Não sei. Mas julgo que o 'sim' vai ganhar", antecipa.

A desconfiança face à política caracteriza a posição de Maria, que trabalha num pequeno café especializado em sandes e empadas, para além do vasto cardápio de bebidas.

"Não posso confiar em nenhum governo na Grécia, mas vou votar 'não' no referendo. Trabalho nove a dez horas por dia e recebo 500 euros por mês. Esta situação não pode continuar, é impossível aceitar mais medidas impostas pela União Europeia", indicou.

Atenas está dividida e perplexa, a quatro dias de um referendo que, afinal, todos sentem determinante para o seu futuro.

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