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Pilotos contra divulgação de dados da investigação

O sindicato nacional dos pilotos franceses anunciou hoje que vai apresentar queixa pela divulgação de dados da investigação ao acidente do avião da Germanwings, que se despenhou na terça-feira nos Alpes franceses com 150 pessoas a bordo.

Pilotos contra divulgação de dados da investigação
Notícias ao Minuto

13:04 - 27/03/15 por Lusa

Mundo Alpes

Para o Sindicato Nacional dos Pilotos de Linha (SNPL) francês, a divulgação do conteúdo de uma das caixas negras viola as normas fundamentais de investigação de acidentes globalmente aceites.

O presidente do SNPL, Erick Derivry, disse hoje à televisão francesa BFM TV que vai ser apresentada uma queixa contra desconhecidos por violação do segredo profissional.

A procuradoria de Marselha apresentou na quinta-feira as conclusões da análise à gravação dos sons do 'cockpit' do aparelho acidentado, as quais apontam para que o copiloto, Andreas Lubitz, tenha provocado deliberadamente o acidente.

Antes da conferência de imprensa do procurador Brice Robin, o essencial dessa informação já tinha sido divulgado pelos jornais Le Monde e New York Times, que citaram fontes da investigação realizada pelo Gabinete de Investigações e Análises (BEA) Nda autoridade de aviação civil de França.

A queixa do sindicato, explicou Derivry, visa sobretudo uma reforma do BEA, que na sua opinião "não é completamente independente" na forma como funciona, na sua constituição e na nomeação do diretor.

A divulgação das conclusões tiradas da gravação recuperada de uma das caixas negras do avião -- a segunda, que regista parâmetros técnicos, ainda não foi recuperada -- foi igualmente criticada por outras organizações de pilotos.

A Associação Europeia de Pilotos emitiu na quinta-feira um comunicado em que se afirma "profundamente perturbada pela viragem na investigação do trágico acidente" e que, embora "muitos factos apontem para uma teoria em particular", "muitas questões estão ainda por responder".

"Os investigadores -- e procuradores -- têm de reunir e analisar todos os dados, incluindo a informação técnica sobre o voo", afirmam, sublinhando que as investigações a acidentes são "processos complexos e morosos", mas são "a única forma de compreender completamente o que aconteceu".

"Sublinhamos a necessidade de uma investigação imparcial e independente dos fatores que levaram ao acidente. A divulgação dos dados do gravador de voz do 'cockpit' é uma violação grave normas fundamentais de investigação de acidentes globalmente aceites", sustentam.

A Associação de Pilotos de Linha Aérea alemã também considerou ser prematuro tirar conclusões antes da recuperação da segunda caixa negra.

"Não devemos tirar conclusões precipitadas com base em dados limitados", disse Ilja Schulz, presidente da associação, ao jornal The Independent.

"As razões que levaram a este acidente trágico só vão ser determinadas depois de todas as fontes de informação serem examinadas aprofundadamente", acrescentou.

Depois de várias companhias aéreas terem anunciado a alteração das regras de segurança dos 'cockpit', impondo a presença em permanência de duas pessoas, a associação advertiu igualmente contra "medidas apressadas".

O Airbus A320 da Germanwings, que fazia a ligação entre Barcelona (Espanha) e Düsseldorf (Alemanha), despenhou-se na terça-feira nos Alpes franceses, matando todos os 144 passageiros e seis tripulantes a bordo.

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