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Aprender línguas nas cadeias da Venezuela pode ajudar à liberdade

A ministra de Assuntos Penitenciários da Venezuela, Iris Varela, anunciou hoje que os cidadãos nacionais e estrangeiros, presos nos cárceres do país e que aprendam quatro idiomas, entre eles o português, vão ser indultados pelo Presidente Nicolás Maduro.

Aprender línguas nas cadeias da Venezuela pode ajudar à liberdade
Notícias ao Minuto

06:16 - 29/10/14 por Lusa

Mundo Caracas

"Sobre quem aprender quatro idiomas, eu vou solicitar ao Presidente da República, Nicolás Maduro, que lhe outorgue um indulto", disse.

O anúncio da ministra teve lugar durante a visita de uma delegação de advogados oficiosos do Mercosul ao Internado Judicial El Rodeo II, uma prisão que alberga apenas estrangeiros e onde estão detidos, pelo menos, uma dezena de portugueses.

"Há estrangeiros privados de liberdade que dão aulas de idiomas. Aqui dão aulas de francês, de inglês e português. Há um grupo de detidos estrangeiros, que foram transferidos para outros recintos, no interior do país, que estão a ensinar italiano também", disse.

Segundo a ministra, os presos "aprendem idiomas e esperam sair (em liberdade) mais rapidamente por essa via".

"Vão sair das nossas cadeias como pessoas transformadas socialmente (...), mas como homens novos poliglotas, formados em revolução", frisou.

Iris Varela frisou ainda que naquela prisão, os presos estrangeiros frequentam regularmente aulas de espanhol.

Situado no Estado de Miranda, 60 quilómetros a leste de Caracas, El Rodeo II foi uma prisão de alta segurança alvo de uma medida de intervenção administrativa das autoridades venezuelanas em agosto de 2012, que concluiu a transferência dos detidos venezuelanos e estrangeiros para outros recintos penitenciários.

Depois dessa medida a prisão foi adaptada para albergar apenas cidadãos nascidos no estrangeiro.

Nela estão cerca de 10 portugueses, a maioria deles condenados por tráfico ilícito de substâncias estupefacientes e psicotrópicas.

Em El Rodeo II encontra-se também o português João Gouveia, um dos presos mais famosos da Venezuela, que em 2002 disparou contra uma concentração de opositores do Presidente Hugo Chávez, que decorria na Praça de França, em Altamira, a leste de Caracas.

Os disparos provocaram a morte de 6 pessoas e 26 feridos, entre eles uma mulher que ficou paraplégica.

Com 48 anos de idade e natural do Funchal, Madeira, foi condenado por um tribunal a 29 anos e 11 meses de prisão.

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