Novo Banco fez "grande pressão psicológica" para despedir trabalhadores
Sindicatos falam de ilegalidade no processo de dispensa de funcionários que não aceitaram rescisão amigável. Colaboradores foram impedidos de entrar nas instalações e forçados a sair do banco.
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Economia Banca
A reestruturação do Novo banco continua, mas os protestos dos trabalhadores sobem de tom após uma vaga de dispensas que está a provocar polémica. Interessado em reduzir o número de funcionários, o banco de transição do antigo BES tentou chegar a acordo amigável com 500 trabalhadores, mas nem todos aceitaram.
Cerca de uma centena de pessoas recusou assinar os papéis de dispensa e continuou a cumprir as suas funções, apesar de um cenário difícil. "Estes trabalhadores foram alvo de uma grande pressão psicológica", revela a Comissão de Trabalhadores (CT) do Novo Banco em declarações ao Economia ao Minuto.
Maria do Carmo Silva, representante da CT e do Sindicato dos Trabalhadores da Atividade Financeira (SINTAF), garante que os funcionários em risco "receberam várias chamadas não só do Novo Banco mas de uma empresa contratada para arranjar outro trabalho" a tentar influenciar a decisão. "Tentaram convencer estes trabalhadores a aceitar a saída amigável", assegura o SINTAF, apesar de garantir que em todas as reuniões que contaram com a presença dos funcionários e de representantes do Novo Banco as propostas não foram aceites por 100 trabalhadores.
Em resposta à recusa de uma rescisão amigável, o Novo Banco enviou cartas de dispensa e barrou a entrada aos funcionários: "Foi-lhes retirado o cartão de entrada, o acesso ao e-mail e o acesso aos computadores". Maria do Carmo Silva garante que a situação é "totalmente ilegal" e terá uma resposta em breve.
"Já temos algumas situações em tribunal e ajudaremos estes trabalhadores a avançar com processos", revela a representante do SINTAF, garantindo "todo o apoio" aos funcionários do Novo Banco afetados.
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