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Portugal exportou 355 milhões de euros para Moçambique em 2015

Portugal exportou mais de 355 milhões de euros para Moçambique em 2015, sendo o 4.º fornecedor do mercado moçambicano, mas em janeiro último as exportações caíram 13,6% face ao mês homólogo, revelam dados oficiais.

Portugal exportou 355 milhões de euros para Moçambique em 2015
Notícias ao Minuto

12:00 - 01/05/16 por Lusa

Economia AICEP

Segundo estatísticas obtidas pela Lusa junto da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP) nas vésperas da primeira visita do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, a Maputo, entre 3 e 7 de maio, em 2015, as empresas portuguesas exportaram um total de 355,6 milhões de euros para Moçambique.

Trata-se de um aumento anual médio de 13,8% desde 2011, mas, a avaliar pelo primeiro mês de 2016, a tendência poderá não se manter este ano, já que janeiro registou uma quebra de 13,6% face ao mesmo mês de 2015.

Em entrevista telefónica à agência Lusa, o delegado da AICEP em Moçambique, Fernando Carvalho, admitiu ser possível que se verifique este ano uma redução das exportações portuguesas, "que se explica em grande medida pela redução da atividade em Moçambique".

O responsável recordou que Moçambique atravessa uma crise, que resulta num abrandamento do crescimento económico: o país estava a crescer a taxas de 7% ao ano e, neste momento, a taxa de crescimento esperada para 2016 está nos 4,8%.

"Naturalmente, este abrandamento reflete-se nas exportações portuguesas para o mercado" moçambicano.

Fernando Carvalho lembrou, no entanto que desde 2009 as exportações portuguesas para Moçambique mais do que duplicaram, de cerca de 150 milhões para 355 milhões, um aumento muito superior ao crescimento económico moçambicano.

Por um lado, o crescimento das exportações "não pode continuar a este ritmo indefinidamente", e por outro, quando a economia abranda, é natural que diminua a compra de bens ao estrangeiro.

No entanto, sublinhou o delegado da AICEP, esta redução não se verifica apenas nas exportações portuguesas, pelo que a posição de Portugal entre os exportadores para Moçambique, que em 2015 subiu do 6.º para o 4.º lugar, não deverá sofrer alterações.

A crise económica moçambicana tem resultado também numa queda do investimento estrangeiro.

Segundo os dados disponibilizados pela AICEP, o investimento direto privado estrangeiro caiu em média 12,6% por ano entre 2011 e 2015 e 64,9% entre 2014 e 2015, de 80,9 para 28,4 milhões de euros.

Esta quebra acentuada entre 2014 e 2015 é justificada por Fernando Carvalho com um grande projeto aprovado em 2014 que "altera completamente a tendência".

Ainda assim, afirmou o responsável, tem-se verificado transversalmente uma quebra em todo o investimento estrangeiro em Moçambique.

Em termos de projetos aprovados, exemplificou, Moçambique aprovou em 2013 cerca de 1,3 mil milhões de dólares de projetos de investimento, valor que aumentou para 2,4 mil milhões de dólares em 2014.

Em 2015, no entanto, o investimento em projetos aprovados "não chega a mil milhões".

Fernando Carvalho sublinhou que a grande característica do investimento português em Moçambique é que é maioritariamente aplicado em pequenas e médias empresas.

"Estes investidores têm uma maior capacidade de sobrevivência em momentos de crise. (...) O que tem estado parado são os grandes investidores", disse.

No caso dos maiores investidores portugueses, a Portucel e a Galp, os projetos continuam normalmente porque estão muito pouco dependentes desta conjuntura.

Quem mais sentiu as dificuldades, admitiu, foram as empresas da área da construção civil e obras públicas.

O representante da AICEP em Moçambique mostrou-se ainda assim confiante de que a crise moçambicana é um momento de conjuntura, de curto prazo.

Essa é aliás a mensagem que espera ouvir do Presidente português na visita da próxima semana: uma mensagem de "tranquilidade e confiança de que Moçambique continuará numa senda de crescimento que poderá ser muito significativo, embora neste momento esteja a atravessar um momento menos favorável".

Seja como for, lembrou que o investimento português não é novo em Moçambique e tem presença no país desde antes do país surgir como uma oportunidade, nomeadamente com a descoberta de reservas de gás natural ou de carvão.

"Essa é uma mensagem que temos de passar: nós mantemos uma relação comercial com Moçambique há muitos anos. Não é conjuntural, não é de moda, não é um fogo-fátuo. É uma presença muito mais estrutural, muito mais de longo prazo e os moçambicanos (...) sabem que contam com Portugal para os bons e os maus momentos".

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