ANTRAM surpreendida com portaria que aumenta imposto sobre combustíveis
Os transportadores rodoviários de mercadorias mostraram-se hoje surpreendidos com a publicação da portaria que determina o aumento do Imposto sobre os Produtos Petrolíferos (ISP), garantindo que não vão apelar à paralisação, apesar de ser difícil "controlar as hostes".
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Economia Reação
Em declarações à agência Lusa, o presidente da Associação Nacional de Transportadores Rodoviários de Mercadorias (Antram), Gustavo Paulo Duarte, afirmou ter sido "surpreendido por uma decisão que não passou" pela associação que representa, nem foi discutida com o executivo.
A portaria n.º 24-A, publicada na quinta-feira em Diário da República para entrar hoje em vigor, determina o aumento do ISP em seis cêntimos por litro na gasolina sem chumbo e no gasóleo rodoviário e três cêntimos por litro no gasóleo verde entrou hoje em vigor.
"Tal é a urgência financeira do Estado que decide aplicar, sem qualquer discussão sobre o tema, [o aumento do imposto]. Sentimo-nos defraudados com o executivo que nos representa, e são difíceis de controlar as hostes dos nossos associados", sublinhou Gustavo Paulo Duarte.
O dirigente da Antram avançou que os transportadores rodoviários de mercadorias são um setor "muito importante" para a economia nacional, que nos últimos tempos viveu "uma crise bastante acentuada", frisando que a "amabilidade dos empresários não estará em alta nesta altura".
Gustavo Paulo Duarte disse também que a associação que dirige não vai incitar à greve no setor, sublinhando que defende a negociação, embora recorde ter conhecimento de que muitos associados já falam em paralisar o setor, lutando contra o aumento dos combustíveis.
"Amanhã [sábado], vamos ter uma reunião em que os transportadores rodoviários profissionais de mercadorias vão decidir o que fazer" face ao aumento do ISP e consequente pressão sobre a tesouraria das empresas, disse.
O empresário sublinhou que os transportadores rodoviários de mercadorias não estão a falar de "benefícios diretos para o setor", mas sim em contrapartidas que querem ver resolvidas.
"A majoração de impostos que nos deram nestes últimos dias para nós de nada serve se não for revisto o código de IRC. Dão-nos de um lado e tiram de outro, esta regra não é aplicável sequer", afirmou.
Gustavo Paulo Duarte adiantou que o encontro de sábado, em Pombal, foi marcado na sequência do descontentamento generalizado dos associados, após a apresentação da proposta do OE2016, que não melhorou com o anúncio dos benefícios fiscais pelo ministro das Finanças, por Mário Centeno.
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