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Aposta na restauração fez aumentar entre 30 a 40% dos visitantes

Cerca de cinco a 10% do total de mercados municipais existentes em Portugal apostaram em criar espaços de restauração, resultando num aumento de visitantes entre 30 a 40%, disse à Lusa o especialista em comércio urbano João Barreta.

Aposta na restauração fez aumentar entre 30 a 40% dos visitantes
Notícias ao Minuto

07:08 - 05/08/15 por Lusa

Economia Espaço

Segundo o especialista, existem 510 mercados municipais, um dado que apurou no estudo 'Mercados Municipais -- o(s) que temos, o(s) que queremos, no que cremos!', de 2015, desenvolvido através de um inquérito enviado a todas as Câmaras Municipais (308).

Para João Barreta, "houve um esforço grande, que se vai intensificar nos próximos tempos de adaptação da oferta à procura" nos mercados municipais, revitalizando os espaços com a criação de zonas dedicadas à restauração ou a integração de eventos culturais, de forma a colmatar a "grande queda a nível de clientes".

Como complemento à atividade inicial que já desempenhavam, cerca de cinco a 10% do total dos mercados portugueses introduziram novas valências associadas à restauração, referiu o mestre em comércio urbano, destacando como experiências bem-sucedidas os mercados da Ribeira e de Campo de Ourique, em Lisboa.

"Nesses mercados que têm apostado nesta vertente da restauração, realmente o número de visitantes aumentou, aumentou bastante, [...] um acréscimo de visitantes na ordem dos 30 a 40%", disse João Barreta, considerando que esse grande fluxo de pessoas não se reflete no comércio tradicional, porque essa procura "não vai à banca do peixe, não vai à banca da fruta".

A dinamização dos mercados através de eventos culturais têm tido menos sucesso do que a aposta em espaços de restauração, "andará na volta dos três a quatro por cento", afirmou o especialista, frisando que tem tendência para aumentar, especialmente em determinadas alturas do ano como é o caso do verão, uma vez que são eventos pontuais.

"O expoente máximo dessa aposta mais numa vertente de cultura será o mercado do Bom Sucesso, no Porto", disse João Barreta.

No seu entender, este novo conceito para revitalizar os espaços de comércio tradicional "não é replicável para a esmagadora maioria dos mercados municipais": resulta nos grandes centros urbanos, mas "no meio rural é impensável apostar nestas experiências, porque depois não há procura".

Questionado sobre o que ainda se pode fazer por estes espaços municipais, João Barreta defendeu que "todas as ideias novas são bem-vindas aos mercados", referindo que "a restauração foi o primeiro exemplo, a cultura já começa a dar os primeiros passos, mas haverá ainda espaço para novas ideias, a questão às vezes está na própria iniciativa ou não das autarquias".

Feiras de artesanato, feiras do livro, desfiles de moda, espetáculos musicais ou sessões de cinema são algumas das ideias possíveis de implementar nos mercados, considerou o mestre em comércio urbano.

Cerca de um terço dos 510 mercados municipais foram construídos antes de 1950 para abastecimento local de produtos frescos às populações. Trinta por cento destes espaços estão classificados como património nacional ou municipal, segundo dados apurados no estudo.

Em relação a um eventual desaparecimento dos mercados municipais, João Barreta considerou que o número de espaços não tem diminuído de forma muito significativa, tratando-se algumas vezes de "deslocalizações" do centro das localidades para zonas mais periféricas.

Os mercados municipais existentes em Portugal representam cerca de 58 mil pontos de venda, entre lojas e bancas, proporcionando 150 mil postos de trabalho, mas o especialista admite que o número seja bem superior devido ao emprego informal que é criado.

Há cerca de 160 mil pessoas a visitar diariamente estes espaços, sendo o principal desafio transformar visitantes em clientes efetivos.

O distrito de Lisboa destaca-se por ter o maior número de mercados a nível nacional (18%, mais concretamente 94 espaços), seguindo-se o distrito de Setúbal, com 9%, o que corresponde a 49 mercados, e, em terceiro lugar, o distrito de Faro, com 38 espaços de comércio tradicional. Os distritos com menos mercados são Viana do Castelo (10), Bragança (11) e Guarda (11).

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