"Um CEO não pode ganhar 400 ou 500 vezes mais do que um trabalhador"
"Deve remunerar-se em função do desempenho", afirma Malloch.
© Reuters
Economia Malloch
Em Portugal para debater o poder das elites na Europa, Theodore Malloch, presidente do grupo Roosevelt, defende que os gestores devem ser remunerados consoante o seu desempenho. Porém, alega que nenhum gestor é tão bom que valha mais 400 ou 500 vezes do que um trabalhador.
Para o professor, as pessoas devem ser remuneradas consoante a “função do desempenho”, pelo que bons gestores devem ser recompensados pela sua qualidade. Contudo, não de forma “a desbaratar a companhia”.
“No Japão, o CEO não pode receber mais do que 35 vezes o que ganham os trabalhadores. Nos Estados Unidos não há limites. Há CEO a receberem 400 ou 500 vezes mais. Não me digam que um CEO vale tanto mais. Não é possível”, afirma, numa entrevista ao Jornal de Negócios.
Questionado sobre o facto de atualmente se gerir muito em função dos acionistas e das remunerações, Ted Malloch lembrou que os “gestores têm de ser responsáveis e ter uma “espécie de bússola moral e dizer que se recusam a fazer determinadas coisas e que não se envolvem em determinados comportamentos”.
A falta de ética é, aliás, um dos principais problemas apresentados pelo mesmo para justificar os problemas que se registaram nos bancos com a crise financeira. Um problema que pode não ter solução pois os bancos aprenderam que “são muito grandes para cair”.
“Se tiverem problemas, os bancos resgatam-nos. O que é uma lição muito má de aprender porque significa que podem voltar a fazer tudo de novo”, atira.
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