Águas do Centro conclui atividade com investimento de 200 milhões
A Águas do Centro (AdC) assinalou hoje em Sardoal o último dia em atividade, tendo o seu administrador estimado um total de 200 milhões de euros de investimento desde a sua fundação, em 2001.
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Economia Administração
"Hoje é um dia histórico porque assinala o último dia em funcionamento de uma empresa que teve um papel essencial ao nível de estruturas básicas de águas e saneamento, com um investimento na ordem dos 200 milhões de euros, desde 2001", em 17 municípios de baixa densidade populacional da zona Centro, e numa área de influência de 6.500 quilómetros quadrados, disse à agência Lusa o presidente da Águas do Centro, Manuel Frexes.
O responsável da AdC, empresa que na terça-feira vai passar a integrar a Águas de Lisboa e Vale do Tejo (ALVT), destacou ainda os 230 mil habitantes a quem a empresa abastece de água e os cerca de 200 mil abastecidos de saneamento básico, população que "vai passar para 3,8 milhões de indivíduos a partir de terça-feira", já sob a gestão da ALVT.
"A ALVT vai integrar a gestão de todo o abastecimento e tratamento de águas residuais dos 17 municípios da Águas do Centro, num universo global de 3,8 milhões de habitantes e um território que vai do Côa ao Sado, uma reestruturação que é um passo em frente em nome da coesão, da robustez do tecido empresarial e da equidade, por via da harmonização dos tarifários", destacou.
"Por outro lado, com a reestruturação vamos conseguir apresentar aos municípios tarifas bastante menores do que atualmente, e vamos poder resolver um problema de harmonização e sustentabilidade dos sistemas", realçou o gestor.
O administrador delegado da AdC, Amável Santos, disse à Lusa, por sua vez, que o trabalho futuro da ALVT "vai ser mais de consolidação do que de novos investimentos", tendo observado que, das obras em curso que vão transitar para a ALVT, a mais significativa é a infraestruturação em curso nos concelhos de Sardoal e Mação, na ordem dos 17 milhões de euros, para abastecimento de água a partir da Albufeira de Castelo do Bode.
Outros exemplos de obras em curso são as Estações de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) do Entroncamento (com custos de 5 milhões de euros) e de Praia do Ribatejo, em Vila Nova da Barquinha (1 milhão de euros), "a finalizar em poucas semanas", e a requalificação ambiental das ETAR de Alcains e Sertã, ambas em Castelo Branco.
"A obra maior, e que está em fase final, é o fornecimento de água aos municípios de Sardoal e Mação a partir da Estação de Tratamento de Águas da Cabeça Gorda, instalada em Abrantes, junto à albufeira de Castelo do Bode.
Este fornecimento deverá acontecer "a partir deste verão", um investimento que Amável Santos estimou em cerca de 12 milhões de euros.
"O objetivo é abastecer Sardoal e Mação a partir de um ponto comum, no caso a albufeira de Castelo do Bode, a partir da Estação de Captação de Cabeça Gorda, em Abrantes, sendo que Mação ainda vai ter mais dois pontos de abastecimento, a partir do Brejo e das Corgas", observou o gestor, que perspetivou um "prazo de vida de investimento para os próximos 50 anos".
"Em Sardoal, dentro de uma semana, a água de Castelo do Bode já vai a correr nas torneiras da população e, em Mação, o mesmo vai acontecer esta semana, em Cardigos, a partir do sistema de Proença-A-Nova. Até ao final do verão estender-se-á a todo o território, com água de Castelo do Bode", anunciou.
O abastecimento de água a Sardoal é feito atualmente a partir da barragem da Lapa, uma infraestrutura que, no início do próximo ano, deverá entrar em obras de reparação das anomalias detetadas desde a sua conclusão, em 2002.
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