"Piores episódios" na Galp ocorreram com futuro presidente
A comissão de trabalhadores (CT) da Galp considerou hoje que o mandato de Ferreira de Oliveira "não foi amistoso" em relação aos direitos dos trabalhadores, mas realçou que "os piores episódios" ocorreram nos pelouros do seu sucessor, Gomes da Silva.
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Economia Trabalhadores
"Não pretendemos entronizar o ainda presidente do Conselho Executivo, até porque o seu mandato, relativamente aos direitos dos trabalhadores, não foi amistoso, ainda assim, os piores episódios surgiram na política de pessoal e serviços jurídicos, pelouros sob a responsabilidade do eng.º Gomes da Silva", refere a CT da petrolífera em comunicado, uma semana após o anúncio do sucessor de Ferreira de Oliveira.
Para os trabalhadores, a principal nota positiva do seu mandato foi o "impulso da refinação nacional, dado pelos investimentos nas refinarias de Sines e do Porto", considerando que o impacto da saída de Ferreira de Oliveira "é de tal ordem que o presidente do Conselho de Administração, Américo Amorim, viu-se na urgência de emitir um comunicado ao domingo".
Nesse comunicado, o 'chairman' anunciava que Carlos Gomes da Silva foi o escolhido para liderar a Galp Energia nos próximos quatro anos.
"Pretendo propor que a liderança da equipa executiva caiba ao eng. Carlos Gomes da Silva, que anteriormente exerceu várias funções diretivas na Galp Energia e é seu administrador executivo desde 2008, profissional com profundo conhecimento da empresa e dos seus negócios, com capacidade e experiência que asseguram a qualidade de gestão e o compromisso com a continuidade da estratégia e as prioridades da Galp Energia", lê-se no comunicado enviado no dia 22 de março à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
Antes, o atual presidente executivo, Manuel Ferreira de Oliveira, informou não estar disponível para voltar a integrar os órgãos sociais da companhia, que liderava desde 2007.
No comunicado, a CT da Galp Energia realça que "com a posição maioritária da Amorim Energia [Américo Amorim, Isabel dos Santos e Sonangol], o presidente do Conselho de Administração procurou pôr uma pedra sobre o assunto e simultaneamente amarrar o novo indigitado à sua estratégia, onde, pelos vistos, pouco ou nada terá a dizer, mas tão só a cumprir".
"Face ao contexto [...] as perspetivas não são as melhores para os trabalhadores", defende, adiantando que "a comissão de trabalhadores continuará o combate pela defesa da empresa e alertará os grupos parlamentares e o Governo, ainda que, até agora, este se constitua parte do problema e não da solução".
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