"Banco desconhecia clientes finais do crédito ao BESA"
O ex-administrador executivo do BES Joaquim Goes disse hoje que o banco desconhecia quem eram os clientes finais dos créditos atribuídos pelo BES Angola (BESA), um dos temas de maior destaque na comissão de inquérito sobre o tema.
© DR
Economia Joaquim Goes
Questionado pelo deputado Miguel Tiago, do PCP, Goes disse que "com certeza" que o BES desconhecia os clientes finais dos créditos atribuídos em Angola pelo BES.
O banco angolano cedeu empréstimos superiores a 5,7 mil milhões de dólares (cerca de 4,6 mil milhões de euros ao câmbio atual), montante em local indefinido e que potenciou problemas no Grupo Espírito Santo (GES) e no BES.
Joaquim Goes reforçou perante os deputados da comissão de inquérito, onde está a ser ouvido desde as 09:00, que o BESA tinha "perfeita autonomia" e "nenhum indício" existia sobre eventuais problemas na entidade, nomeadamente na carteira de crédito.
Hoje é o último dia de trabalho do ano para a comissão parlamentar: além de Joaquim Goes, de tarde será ouvido Rui Silveira, também outrora administrador executivo do banco.
Os trabalhos dos parlamentares têm por intuito "apurar as práticas da anterior gestão do Banco Espírito Santo (BES), o papel dos auditores externos, e as relações entre o BES e o conjunto de entidades integrantes do universo GES, designadamente os métodos e veículos utilizados pelo BES para financiar essas entidades".
A 03 de agosto passado, o Banco de Portugal tomou o controlo do BES, após a apresentação de prejuízos semestrais de 3,6 mil milhões de euros, e anunciou a separação da instituição em duas entidades: o chamado banco mau (um veículo que mantém o nome BES e que concentra os ativos e passivos tóxicos do BES, assim como os acionistas) e o banco de transição que foi designado Novo Banco.
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