PCP quer informação dada pelo BdP sobre liquidez do banco
O Partido Comunista Português (PCP) apresentou hoje um requerimento onde pediu acesso a uma nota que o Banco de Portugal (BdP) terá distribuído a 18 de julho sobre a liquidez do BES.
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Economia Inquérito BES
A nota, advoga o PCP, terá sido distribuída pelo banco central durante uma reunião do Comité Nacional para a Estabilidade Financeira (CNEF), encontro já abordado nas audições até ao momento da comissão parlamentar de inquérito à gestão do Banco Espírito Santo (BES) e do Grupo Espírito Santo (GES).
Na ata da reunião de então do CNEF, a que a agência Lusa teve acesso, é dito que o governador do BdP, Carlos Costa, propôs que "entre o Ministério das Finanças e o BdP fosse constituído um segundo grupo de trabalho para operacionalização de soluções alternativas para uma eventual recapitalização do BES com apoio público".
Aos deputados, na quarta-feira, Maria Luís Albuquerque reconheceu a criação desse grupo para uma eventualidade que não se verificou, mas lembrou que então havia "inquietação pública" sobre o BES.
Durante a referida reunião de 18 de julho terá sido distribuída uma nota pelo banco central aos restantes intervenientes, texto "sobre a situação da dívida do BESA [Banco Espírito Santo Angola] ao BES e sobre as questões de liquidez do banco", diz o PCP, que pretende ter acesso ao documento.
O CNEF é uma entidade que integra o Ministério das Finanças e os representantes da supervisão do setor financeiro.
O PCP requereu hoje também ao BdP o "conjunto dos relatórios produzidos pela equipa de acompanhamento" da entidade junto do BES.
A comissão de inquérito arrancou na segunda-feira (dia 17 de novembro) e terá um prazo de 120 dias, que pode eventualmente ser alargado, e tem por intuito "apurar as práticas da anterior gestão do BES, o papel dos auditores externos, as relações entre o BES e o conjunto de entidades integrantes do universo GES, designadamente os métodos e veículos utilizados pelo BES para financiar essas entidades".
A 03 de agosto, o Banco de Portugal tomou o controlo do BES, após a apresentação de prejuízos semestrais de 3,6 mil milhões de euros, e anunciou a separação da instituição em duas entidades: o chamado banco mau (um veículo que mantém o nome BES e que concentra os ativos e passivos tóxicos do BES, assim como os acionistas) e o banco de transição que foi designado Novo Banco.
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