Ferraz da Costa defende acordo político para duas legislaturas
O presidente do Fórum para a Competitividade defendeu hoje que sem um acordo político para "pelo menos duas legislaturas" não há condições para o crescimento económico, considerando que o ajustamento durante o programa de assistência "foi insuficiente".
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Economia Fórum
Pedro Ferraz da Costa, que falava na abertura do seminário "Necessidade de um crescimento robusto para o pós-troika" que decorre hoje, em Lisboa, afirmou que é preciso um "acordo entre os partidos do arco da governação" para conseguir equilibrar as contas públicas, reformar o Estado e criar condições para um "crescimento robusto".
Para o antigo líder da Confederação da Indústria Portuguesa (CIP), "sem um acordo para pelo menos duas legislaturas que assegure a estabilidade das condições macroeconómicas e institucionais indispensáveis ao investimento bem orientado, não haverá crescimento e emprego".
Ferraz da Costa considera que este acordo a duas legislaturas deve ter como objetivos o crescimento e o emprego, a competitividade externa e a estabilidade política, entre outros aspetos.
Durante o seu discurso, o presidente do Fórum para a Competitividade afirmou que um país com as condições de Portugal "tinha que se ajustar violentamente e em muito mais do que três anos", acrescentando que "em muitos aspetos [isso] não foi feito".
"O ajustamento foi insuficiente, mas -- e o que é pior -- não foi sequer iniciado em áreas importantes", afirmou, destacando as autarquias, as empresas municipais, os transportes públicos e a administração central.
Pedro Ferraz da Costa afirmou mesmo que durante o período do Programa de Assistência Económica e Financeira (PAEF) não se discutiram, "a não ser em função dos interesses próprios e de curto prazo de cada grupo ou corporação", estratégias de crescimento e de reposicionamento do país no mundo.
Para o responsável, regra geral, "os interesses dos mais velhos resistiram melhor ao ajustamento, à custa dos mais novos e de melhores perspetivas para o futuro".
Destacando que, apesar de tudo, "houve progressos assinaláveis", Pedro Ferraz da Costa defendeu que a economia portuguesa não tem "qualquer futuro com base no mercado interno", que é "tão pequeno que não é base senão para emprego de subsistência, pouco qualificado e sem perspetivas, ou para atividades que sobrevivem protegidas da concorrência pelo Estado e explorando setores dinâmicos".
O presidente do Fórum para a Competitividade terminou a sua intervenção defendendo a aposta num crescimento apoiado num "setor exportador moderno, eficiente, rentável, que integre novas competências que hoje já existem (embora não tanto como se diz) e que sustente emprego crescente e melhor remunerado".
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