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"Governo devia ter cruzado braços em vez seguir esta estratégia"

Numa entrevista publicada no site do Jornal de Negócios, o investigador Pedro Lains faz uma análise à evolução da economia portuguesa desde o Estado Novo, revelando que a mesma é frágil e mais dependente de inputs externos do que da própria política económica pensada internamente.

"Governo devia ter cruzado braços em vez seguir esta estratégia"
Notícias ao Minuto

12:00 - 23/04/14 por Notícias Ao Minuto

Economia Pedro Lains

“A economia portuguesa foi e continua a ser mais suscetível a choques externos do que a alterações de política interna. Por isso é que este Governo devia ter ficado de braços cruzados em vez de estar a seguir esta estratégia”, referiu Pedro Lains em entrevista ao Jornal de Negócios, relativamente às medidas de austeridade seguidas pelo Executivo de Pedro Passos Coelho.

No mesmo espaço, o coautor da ‘Histórica Económica de Portugal’ revela ainda considerar que a entrada do nosso país na CEE teve maior impacto económico e social do que o 25 de Abril, sustentando, desta forma, a ideia de que a nossa economia reage menos a fatores internos do que externos.

“São muito poucos os fenómenos da História com impactos profundos na História da economia. Por isso é que a transformação estrutural não está a acontecer com a troika. Apesar das grandes alterações trazidas pelo 25 de Abril, a adesão à CEE foi mais relevante para a economia”, explicou o professor do Instituto de Ciências Sociais.

Instado a fazer uma análise sobre os progressos verificados na economia lusa em relação à realidade europeia durante as últimas décadas, Lains refere que Portugal foi o país que registou, durante o século XX, um progresso mais acentuado, que, no entanto, se deveu a um crescimento económico generalizado.

“Houve uma parte desse atraso que foi recuperado. Fomos o País europeu que mais cresceu no século XX. Mas a recuperação desse atraso ocorre em momentos de crescimento económico, não em contração”, concluiu.

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