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Museu Nacional do Iraque reabre 12 anos após ter sido saqueado

O Museu Nacional do Iraque reabriu hoje oficialmente, depois de 12 anos de intensos esforços para recuperar as cerca de 15.000 peças roubadas durante a invasão liderada pelos Estados Unidos em 2003.

Museu Nacional do Iraque reabre 12 anos após ter sido saqueado
Notícias ao Minuto

19:00 - 28/02/15 por Lusa

Cultura Bagdad

A reabertura foi antecipada, segundo as autoridades, como resposta à destruição por 'jihadistas' do grupo Estado Islâmico de estátuas e artefactos assírios de valor incalculável expostos no Museu da Civilização em Mossul, no norte do país.

"Temos estado a preparar a reabertura nos últimos dois meses. O que aconteceu em Mossul levou-nos a acelerar o trabalho e quisemos abri-lo hoje em resposta ao que fizeram os criminosos do Daesh", disse à agência France Presse o vice-ministro do Turismo e Antiguidades, Qais Hussein Rashid, utilizando o acrónimo árabe do grupo Estado Islâmico.

Na quinta-feira, os 'jihadistas' que ocupam Mossul desde junho divulgaram um vídeo em que se veem membros do grupo extremista a destruir estátuas do período assírio (VIII a VII a.C.) no museu da cidade.

A destruição foi criticada por líderes e organizações de todo o mundo e denunciada como a pior "tragédia cultural" no Iraque desde o saque ao Museu Nacional em Bagdad em 2003, dias depois da deposição de Saddam Hussein.

As imagens então divulgadas, que também correram mundo, foram comparadas ao saque da Biblioteca de Bagdad durante o cerco mongol à cidade no século XIII.

O Museu tinha em 2003 uma das maiores coleções arqueológicas do mundo. Cerca de 15.000 peças foram roubadas, das quais apenas 4.300 foram recuperadas até ao momento.

"Ainda estamos a tentar localizar mais de 10.000 artefactos em mercados e leilões. As que recuperámos eram as mais importantes", disse Rashid.

"Hoje enviamos uma mensagem clara a partir de Bagdad, da terra da Mesopotâmia. Vamos preservar a civilização e vamos perseguir os que a querem destruir", disse o primeiro-ministro, Haider al-Abadi, ao cortar a fita vermelha na cerimónia de reabertura do museu.

"Temos dados de todos os artefactos de Mossul, todas as peças estão marcadas, e vamos localizar todas as peças traficadas pelo Daesh", acrescentou.

As portas do Museu Nacional estarão abertas ao público a partir de domingo. Os bilhetes custam 1.500 dinares (cerca de um euro) para os iraquianos, 12.000 dinares (nove euros) para os árabes estrangeiros e 24.000 dinares (18 euros) para os restantes estrangeiros.

"Hoje é um dia muito feliz. Pela primeira vez, há toda uma geração de iraquianos que não sabe o que o museu era. A partir de amanhã, as crianças e as famílias vão poder visitar o museu, ver os artefactos e tocar-lhes", disse o vice-ministro.

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