Filme que irritou Coreia do Norte é "arrogância cultural absurda"
A edição de hoje do jornal chinês Global Times qualifica de "arrogância cultural absurda" o filme norte-americano "Uma entrevista de loucos", da Sony, cuja estreia foi cancelada após um ataque informático imputado à Coreia do Norte.
© Lusa
Cultura Imprensa
Protagonizada pelos atores Seth Rogen e James Franco, a longa-metragem conta a história de dois jornalistas recrutados pela CIA para assassinarem o líder da Coreia do Norte.
O filme 'The Interview (no título original', "que faz troça do líder de um inimigo dos Estados Unidos, não é algo de que Hollywood e a sociedade norte-americana se possam orgulhar", diz um editorial do Global Times, publicação em inglês do grupo Diário do Povo, o órgão central do Partido Comunista chinês.
O comentário surge depois de, na sexta-feira, o Presidente norte-americano, Barack Obama, ter garantido que Washington "responderá de forma proporcionada" à Coreia do Norte, na sequência da alegada responsabilidade de Pyongyang num ataque informático aos estúdios de cinema Sony Pictures.
"Os norte-americanos acreditam sempre que podem 'picar' os líderes de outros países só porque são livres de criticar ou de gozar com os seus próprios", refere o jornal.
"Independentemente da forma como a sociedade norte-americana olha para a Coreia do Norte e para Kim Jong-un, Kim é ainda líder do país. A troça viciosa de Kim é apenas resultado de uma arrogância cultural absurda", diz o Global Times no mesmo artigo de opinião.
A Sony cancelou o lançamento face às ameaças de piratas informáticos anónimos, alegadamente ligados à Coreia do Norte, que invocaram os atentados de 11 de setembro de 2001 como forma de ameaça às salas de cinemas que exibissem o filme.
O Global Times lançou ainda um apelo aos Estados Unidos para que "mostre boas maneiras em vez de ser demasiado agressivo".
A China figura como o aliado mais próximo e maior parceiro comercial da Coreia do Norte, apesar de se ter verificado, nos últimos anos, um clima tenso nas relações entre Pequim e Pyongyang devido aos contínuos testes nucleares levados a cabo pela Coreia do Norte.
Pequim teceu críticas, na sexta-feira, o apelo lançado pelas Nações Unidas para que a Coreia do Norte seja julgado pelo Tribunal Penal Internacional devido ao historial de violações aos direitos humanos.
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