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Maria Amélia Proença homenageada aos 68 anos de carreira

A fadista Maria Amélia Proença, com 68 anos de carreira, é homenageada na quarta-feira, em Lisboa, no âmbito das celebrações do terceiro aniversário da proclamação do Fado como Património Imaterial da Humanidade, pela UNESCO.

Maria Amélia Proença homenageada aos 68 anos de carreira
Notícias ao Minuto

19:30 - 24/11/14 por Lusa

Cultura Fado

A homenagem, na quarta-feira, às 21:00, no Café Luso, em Lisboa, conta com a participação, entre outros, dos fadistas Ricardo Ribeiro, Pedro Moutinho e Rodrigo Costa Felix, e dos músicos Marta Pereira da Costa e Luís Guerreiro, em guitarra portuguesa, e Carlos Manuel Proença, em viola.

Em declarações à Lusa, a fadista afirmou-se "emocionada, tanto mais que coincide com a data da proclamação do fado como Património Imaterial da Humanidade, e é num espaço que apelidamos de catedral do fado".

"É algo que nunca vou esquecer", disse a fadista emocionada, que recordou os tempos em que cantou no Luso, "era então patrão o senhor Cipriano, e faziam parte do elenco, entre outros, Filipe Pinto, Joaquim Silveirinha, Fausto Ribeiro, Frutuoso França, Deolinda Maria, Alice Magina e Rolanda Rodrigues".

"Às quintas-feiras, quando Amália Rodrigues ia lá cantar, o senhor Cipriano convidava-me sempre", referiu a fadista, que tem partilhado os palcos com os mais destacados nomes da música.

Maria Amélia Proença fez parte, praticamente, de todos os elencos das casas de fado, nomeadamente Casablanca, Café Luso, Café Mondego, Os Marialvas, Adega Mesquita, Solar da Madragoa, Senhor Vinho e Parreirinha de Alfama, onde semanalmente atua.

A intérprete de "À beira do cais" foi distinguida com dois prémios Carreira, pela Casa da Imprensa, em 2005, e pela Fundação Amália Rodrigues, em 2011. Em 2010, foi homenageada no Museu do Fado pela Associação Portuguesa dos Amigos do Fado.

O seu primeiro prémio foi a Taça Amália Rodrigues, entregue por Ercília Costa, contava oito anos, quando venceu um concurso nacional, organizado pelo jornal Ecos de Portugal.

Maria Amélia Proença participou em peças de teatro e vários programas de variedades, cegadas (peças de teatro popular que aconteciam nas ruas ou em sociedades recreativas), tendo começado na década de 1970 a deslocar-se ao estrangeiro.

"A minha primeira saída ao estrangeiro, creio, foi em 1972 ao Extremo Oriente, uma digressão de mais de meio ano, tendo atuado em Macau, Singapura e Japão", lembrou numa entrevista à imprensa.

Dos vários palcos que pisou, recordou à Lusa "com forte emoção" as atuações no Concertgebouw, em Amesterdão, no Le Carré, em Paris e, ao lado de Mariza, no Royal Festival Hall, em Londres.

Noruega, Bélgica, França, Cabo Verde, Alemanha, Áustria, Estados Unidos, Macau foram alguns dos países onde já cantou.

"Quando comecei a cantar, nunca imaginei que o fado fosse ouvido por apreciadores de todas as línguas, em salas tão grandes e lotadas", disse à Lusa.

"Ainda hoje, quando piso uma dessas salas, me emociono, aliás, hoje dou muito mais valor a cada momento que vivo", realçou.

A fadista conta "voltar a gravar mais uns discos" e afirmou "sentir-se melhor" a interpretar o fado tradicional. "Sinto-o mais meu e portanto posso transmiti-lo melhor, com sentimento", justificou.

Questionada sobre o atual panorama fadista afirmou: "Devia haver mais critério na escolha das vozes para fado, por outro lado, há um certo oportunismo, muita gente a cantar fado, e o fado é algo que aprendemos e nos ensina a vida toda, mas nasce com a gente".

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