Meteorologia

  • 26 ABRIL 2024
Tempo
12º
MIN 12º MÁX 17º

Selma Uamusse em palco "confiante nos moçambicanos"

A cantora Selma Uamusse, que atuou no Festival Músicas do Mundo, está a acompanhar com "preocupação" o que se passa na sua terra natal, Moçambique, mas frisa ter "confiança" nos moçambicanos, "um povo maior".

Selma Uamusse em palco "confiante nos moçambicanos"
Notícias ao Minuto

08:30 - 23/07/14 por Lusa

Cultura Músicas do Mundo

Horas antes da atuação em Porto Covo, no domingo, Selma Uamusse deu uma entrevista à Lusa, na qual comentou a situação em Moçambique, onde as forças governamentais e a Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO), maior partido da oposição, se têm confrontado.

As negociações visando pôr termo à crise política e militar em Moçambique estão num impasse há mais de um ano, sobretudo bloqueadas pelos temas da composição das forças de defesa e segurança e do desarmamento do braço armado da Renamo.

O líder da Renamo, Afonso Dhlakama, está refugiado em lugar incerto, na serra da Gorongosa, tendo já formalizado a candidatura às eleições presidenciais marcadas para 15 de outubro.

Embora esteja a acompanhar o que se passa em Moçambique com "alguma preocupação" e "ansiedade", Selma Uamusse mantém-se informada, pois está "sempre em contacto" com os pais. "Nem sempre é muito vantajoso confiarmos a 100% naquilo que as agências noticiosas nos passam, para mim é muito importante ter um contacto fiel com os locais", realça.

Selma Uamusse veio para Portugal, com os pais, quando tinha oito anos, mas, entretanto, a família voltou "toda" para Moçambique. "Todos os anos vou a Moçambique, estive lá muito recentemente, tenho ido nos últimos três anos com bastante frequência, a minha ligação com Moçambique é forte", sublinha.

Reconhecendo que é necessário tomar "precauções", porque "haverá sempre alguns tumultos", a cantora confia nos moçambicanos. "O povo moçambicano é um povo maior do que quaisquer guerras, quaisquer lutas" e "exemplar em muitas coisas", nomeadamente no "que tem sido o processo de paz", destaca.

"Tem que haver algum zelo, porque, à semelhança de muitos outros países em vias de desenvolvimento, há sempre interesses maiores, seja das grandes potências, seja das próprias pessoas que estão na liderança", alerta, apelando à "classe intelectual" que zele pelos "direitos de todos".

Moçambique está a experimentar desenvolvimento económico, mas também cultural. "Existe um movimento muito forte e muito especial de músicos, de artistas plásticos a trabalharem para que Moçambique também possa ser conhecido além-fronteiras", assinala.

Realçando que "os moçambicanos são muito apreciadores de música", Selma reconhece "a vantagem de ter podido contar", para o primeiro trabalho a solo, com a colaboração de músicos moçambicanos "da velha guarda" e da nova geração, "que estão a dar cartas".

O novo trabalho, que deverá estar finalizado dentro de dois meses, está ancorado na "ligação umbilical" de Selma a Moçambique.

"A globalização da música, a facilidade que a internet e as redes sociais permitem, de a nossa música também chegar além-fronteiras, torna claramente o conhecimento da música que é feita muito mais vasto e muito mais rápido", considera a cantora.

Há, por isso, "maior recetividade " e "maior valorização" da música que é feita "num circuito menos comercial", mas que "cada vez é menos de nicho", observa, referindo-se às músicas do mundo.

Recomendados para si

;
Campo obrigatório