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Cristina Nóbrega apresenta novo disco em Óbidos

A fadista Cristina Nóbrega apresenta o seu novo álbum na próxima quarta-feira à noite, no Convento de S. Miguel nas Gaeiras, em Óbidos, no âmbito das comemorações dos 40 anos do 25 de Abril daquele concelho estremenho.

Cristina Nóbrega apresenta novo disco em Óbidos
Notícias ao Minuto

09:54 - 20/04/14 por Lusa

Cultura Fado

Intitulado "Um fado para Fred Astaire", este terceiro álbum de Cristina Nóbrega é constituído maioritariamente por fados tradicionais, sendo todos os poemas de autoria de Tiago Torres da Silva.

Entre os fados tradicionais, Cristina Nóbrega gravou o fado Tango, de Joaquim Campos, num "tributo ao poeta Luís de Macedo", de quem Amália Rodrigues gravou nesta mesma melodia o poema "Cansaço". Cristina Nóbrega gravou "Outro Cansaço".

Luís de Macedo é o pseudónimo literário do diplomata Luís Chaves de Oliveira (1901-1971), que dirigiu a revista literária Távola Redonda e de quem Amália Rodrigues gravou, além de "Cansaço", os poemas "Vagamundo" e "Asas Fechadas", entre outros. Mais recentemente, foi Camané quem gravou quatro inéditos do poeta.

A ideia da homenagem a Luís de Macedo foi "pegar nas palavras de 'Cansaço' e arranjar outra letra", explicou Cristina Nóbrega.

Amália liga-se também à escolha do título do CD, "Um fado para Fred Astaire", evocando um episódio da fadista que, doente, pensou suicidar-se em Nova Iorque, o que foi adiando vendo filmes do ator e bailarino norte-americano. "Viveu pelo menos mais 20 anos, e é desta forma que o Fred Astaire entra na história da saudade", rematou a intérprete.

Cristina Nóbrega, distinguida em 2009 com o Prémio Amália Rodrigues Revelação, afirmou à Lusa que era sua intenção "desde há muito fazer um disco de fado tradicional que é a essência do fado".

Das mais de 200 melodias tradicionais, entre as preferidas da fadista, estão o Fado Menor com versículo, na qual interpreta o tema que dá título ao álbum, "Um fado para Fred Astaire", os Fados Bailarico e Cravo, ambos de Alfredo Marceneiro, nos quais canta, respetivamente, "Quando o mar nos leva ao fado" e "A vida que há na saudade", e também o Fado Meia-Noite, de Filipe Pinto, no qual gravou "Por me ver sozinha assim".

Relativamente à vontade de cantar fados tradicionais, a fadista defendeu que "tinha de ter um crescimento pessoal, para saber como agarrar as músicas" e destacou "a intensidade dos fados tradicionais", referindo-se ao fado como uma "música estranha, capaz de cantar sentimentos que são de todos; da humanidade".

Neste CD, Cristina Nóbrega registou os Fados Dois Tons, de Alfredo Costa, Amora, de Joaquim Campos, Zé Grande, de Raul Pereira, Zé Negro, de José Marques, e o Alexandrino, de Armandinho.

Tiago Torres da Silva é um poeta que fadista gosta de cantar, pois "é capaz de falar dos sentimentos mais íntimos, que são a temática fadista, mas com dignidade e sem ser lamechas".

Na realidade, o desafio para gravar fados tradicionais partiu de Torres da Silva, mas era uma vontade "de há muito tempo" da fadista, tendo-se juntado, aos dois, o músico Pedro Jóia que, além de ser o diretor musical, produz pela primeira vez um disco de fado.

O álbum inclui dez melodias tradicionais, excetuando duas marchas - "O barquinho de papel" e "Escadinhas da Bica" - ambas com música de Pedro Jóia, que assina também a composição de "Las cenizas de mis canciones", que a fadista interpreta com a cubana Omara Portuondo.

No espetáculo nas Gaeiras, Cristina Nóbrega é acompanhada por Rodolfo Godinho, na guitarra portuguesa, Carlos Garcia, na viola e João Penedo, no contrabaixo.

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