Lixo eletrónico leva ambientalistas a apelarem em evento de tecnologia
Milhões de toneladas de aparelhos eletrónicos estão a alimentar montanhas de lixo a arder em países africanos, enquanto na Europa se abrem caixas de telemóveis novos, alerta o European Environmental Bureau, que vai a Barcelona manifestar-se junto das marcas.
© Reuters
Tech Barcelona
O representante da rede de organizações ambientais, Jack Hunter, disse à agência Lusa que os aparelhos eletrónicos são o tipo de lixo que aumenta a ritmo mais rápido todos os anos, atingindo 44 milhões de toneladas só na Europa.
Este material acaba a ser exportado, em alguns casos por redes criminosas, para países como a China ou o Gana, onde telemóveis, 'tablets', televisões e qualquer produto de eletrónica de consumo é queimado indiscriminadamente para se recuperarem os metais valiosos, libertando produtos químicos tóxicos.
Para alertar para o problema, pelo qual também responsabiliza as marcas, o EEB vai manifestar-se no Mobile World Congress, a maior feira do setor dos telemóveis que começa na segunda-feira em Barcelona.
A quantidade destes produtos recolhida oficialmente para reciclagem na Europa "é muito baixa", afirmou Jack Hunter. Além disso, as marcas dificultam a reparação e a reciclagem usando materiais como "colas super fortes" que implicam danificar os aparelhos ao tentar desmontá-los.
Os aparelhos são concebidos com obsolescência programada, com poucas hipóteses de atualização e as marcas encorajam constantemente os consumidores a comprar versões novas de coisas que já têm, indicou.
"As marcas não são inocentes", disse, defendendo que devem tornar mais viável a reparação dos produtos, disponibilizando peças para substituição, manuais de reparação e deixar de apelar às pessoas "para continuarem a comprar de novo".
Em Barcelona, o EEB vai montar uma instalação artística na rua, com um trabalho do artista argentino Eduardo Relero, que pinta no pavimento ilusões de ótica.
No caso, a rua vai parecer abrir-se para uma espécie de "inferno de lixo eletrónico", para ilustrar o problema para o qual o EEB quer alertar.
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