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Sistema português gera energia através do corpo e do movimento

Investigadores da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP) estão a desenvolver micro e nano geradores para gerar energia elétrica através do movimento do corpo e do calor em dispositivos aplicados à indústria têxtil e do calçado.

Sistema português gera energia através do corpo e do movimento
Notícias ao Minuto

12:13 - 11/03/16 por Lusa

Tech FCUP

A investigação, em que participam elementos do Departamento de Física e Astronomia da FCUP, levou à criação da startup inanoEnergy, idealizada para alimentar eletrónica portátil e sensores, combatendo a limitação da autonomia desses dispositivos.

"Utilizamos desde a energia térmica, passando pela energia de movimento até à da fricção, para gerar energia elétrica que pode ser aplicada em vários produtos", indicou o investigador João Ventura, um dos responsáveis pelo projeto, em depoimentos à Lusa.

A ideia para tornar os dispositivos mais leves e mais flexíveis, através do uso de nanomateriais, surgiu em 2014, embora a empresa só tenha sido criada em janeiro de 2016, depois de a equipa ter conquistado um prémio de 50 mil euros atribuído pela Agência Espacial Europeia (ESA).

Esta distinção permite-lhes também uma incubação pelo período de dois anos no Parque de Ciência e Tecnologia da Universidade do Porto (UPTEC), estrutura da Universidade do Porto dedicada ao acolhimento de 'startups' e centros de inovação nacionais e internacionais.

"Uma das grandes tecnologias que usamos é a recuperação de calor através de materiais especiais que podem gerar corrente elétrica, quando associados a um gradiente de temperatura - efeito termoelétrico", explicou um dos fundadores do projeto, André Pereira.

Esta tecnologia já é utilizada nas sondas espaciais e em carros de alta gama, que geram energia suficiente para a iluminação do automóvel, fazendo com que a mesma não tenha que vir nem da bateria nem do alternador, indicam os investigadores.

A outra vertente estudada pela equipa está relacionada com as descargas elétricas através de materiais nos quais basta tocar para se conseguir obter energia.

Os investigadores pretendem ainda criar nano geradores para aplicar em eletrónica portátil, aplicações marítimas e à Internet das Coisas (IoT).

Segundo André Pereira, "a grande inovação que inanoEnergy traz é a utilização de nanomateriais, o que aumenta a eficiência dos dispositivos".

Estas tecnologias para obtenção de energia vão ser utilizadas em vários tipos de sensores, nomeadamente nos sensores que verificam a forma como as pessoas caminham, os que medem o seu ritmo cardíaco e os que verificam a sua temperatura corporal.

"Todos esses sensores utilizam baterias e o que pretendemos é fornecer-lhes energia para que estas, de seguida, a fornecem aos sensores", esclareceu João Ventura.

Quanto ao vestuário, os investigadores referem que os locais "mais óbvios" para serem instalados os dispositivos são aqueles onde há um movimento mais permanente, como é o caso do cotovelo, do ombro e do joelho.

Acrescentam, no entanto, que é possível usar outras partes do corpo para obtenção de energia, bem como o movimento do vestuário ou do calçado utilizado.

"Um dos próximos objetivos é juntar estes dois tipos de tecnologia", indicou André Pereira, que acredita ser possível recuperar a energia através do calor e do movimento ao mesmo tempo, maximizando assim o seu efeito.

Da equipa responsável pela inoneEnergy fazem ainda parte os investigadores Joel Puga e Mariana Proença, membros do Departamento de Física da FCUP.

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