Publicado na revista científica Science Advances, o estudo detalha sinais recém-descobertos de atividade à superfície ou no interior do planeta, moldando muitas das 'coroas' (formas de relevo) de Vénus, "características que também podem fornecer uma janela única para o passado da Terra", segundo um comunicado da Universidade de Maryland, nos Estados Unidos, que participou na investigação.
Vénus, ao contrário da Terra, não tem placas tectónicas, mas a sua superfície ainda está a ser deformada por material derretido no interior, de acordo com os cientistas.
Para compreenderem melhor os processos que impulsionam as deformações geológicas de Vénus, os investigadores estudaram as coroas do planeta, que têm entre dezenas a centenas de quilómetros de diâmetro.
Estas estruturas são geralmente ovais e em Vénus são centenas.
"Coroas não são encontradas hoje na Terra. No entanto, podem ter existido quando o planeta era jovem e antes de as placas tectónicas terem sido estabelecidas", afirmou, citado no comunicado, o autor principal do estudo, Gael Cascioli, da Universidade de Maryland.
Das 75 coroas de Vénus estudadas, 52 parecem ter material do manto (camada do interior) flutuante abaixo delas, "o que provavelmente está a levar a processos tectónicos", refere a nota da Universidade de Maryland.
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