Organismo dá 7 dias ao Facebook para tirar discurso de ódio sobre Quénia
A Comissão Nacional de Coesão e Integração do Quénia (NCIC) deu hoje ao Facebook sete dias para retirar publicações que incitam ao ódio ou poderá pedir a suspensão da rede social, em plena campanha eleitoral para as presidenciais de agosto.
© Reuters
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A NCIC, que está encarregada de localizar qualquer discurso ou escrito que possa incitar ao ódio e à violência, disse ter enviado recomendações à empresa-mãe do Facebook, Meta, na sequência de um relatório de que tinha permitido mais de uma dúzia de publicações políticas odiosas.
"Se o Facebook não cumprir... recomendaremos que seja totalmente suspenso deste país", disse o comissário da NCIC, Danvas Makori aos jornalistas.
A NCIC é um organismo independente da coesão étnica, criado após a violência pós-eleitoral de 2007-2008, que causou mais de mil mortos.
As suas recomendações seguiram-se a um relatório do grupo de advocacia Global Witness e da empresa britânica Foxglove, ativista legal com sede no Reino Unido, alegando que o Facebook tinha aceitado e divulgado pelo menos 19 anúncios apelando à violação, matança e decapitação, escritos em inglês e suaíli.
"A nossa posição é muito clara, este país é maior do que uma empresa de comunicação social ou uma entidade", disse Makori.
"Não permitiremos que o Facebook ou qualquer outra empresa de comunicação social ponha em risco a segurança nacional", sublinhou.
Quando contactado pela AFP, o Facebook não teve qualquer reação imediata.
A NCIC não tem o poder de suspender o Facebook, mas pode fazer recomendações à autoridade de comunicações do Governo.
Os quenianos deverão eleger um novo presidente a 09 de agosto, bem como várias centenas de deputados e cerca de 1.500 funcionários do condado.
Com a sua população diversificada, o país considerado como a potência económica da África Oriental há muito que sofre de violência comunitária politicamente motivada em tempo de eleições, muitas vezes imputada ao discurso do ódio.
Os gigantes tecnológicos, incluindo o Facebook, têm sido acusados de não fazerem o suficiente para reprimir uma longa lista de conteúdos proibidos, como discursos de ódio, desinformação e imagens de abuso sexual de crianças.
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