Agências polacas imputam ao Kremlin ciberataque a figuras públicas
O Governo da Polónia disse hoje que tem provas que ligam aos serviços secretos russos um recente ataque cibernético a milhares de contas de políticos, figuras públicas e outros cidadãos polacos.
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Tech Ciberataque
O porta-voz do ministro que coordena as agências de informações da Polónia, Stanislaw Zaryn, afirmou que o ataque faz parte de uma campanha para desestabilizar a política na Europa Central.
De acordo com esta fonte ministerial, a Agência de Segurança Interna da Polónia e os serviços de informação militar consideram que os ataques foram feitos pelo grupo UNC1151, com ligações ao Kremlin.
"Os serviços possuem informações que confirmam os vínculos dos agressores com a atividade dos serviços especiais russos", disse Zaryn, num comunicado.
Cerca de 100 das mais de 4.350 contas afetadas pertencem a antigos e atuais membros do Governo polaco, deputados e funcionários da administração local, disse Zaryn.
As contas infiltradas incluem um "'e-mail' privado" e páginas de redes sociais de Michal Dworczyk, o chefe de gabinete do primeiro-ministro polaco, Mateusz Morawiecki, bem como da mulher de Dworczyk.
Contudo, Dworczyk insiste que sua a conta não continha nenhuma informação confidencial ou sensível.
Conteúdo supostamente proveniente da conta de Dworczyk e relacionado a compras de armamentos e a estratégia da Polónia no combate à pandemia de covid-19, juntamente com a cartão de identidade e carta de condução de Dworczyk, foram este mês divulgadas nas redes sociais, a partir de uma conta com origem na Rússia, em 2013.
Os procuradores estão a investigar o caso e Zaryn disse que medidas foram tomadas para aumentar a segurança cibernética.
Na semana passada, um grupo de deputados reuniu numa sessão à porta fechada para analisar os ataques e tirar lições deles.
As autoridades de segurança polacas argumentam que a invasão de contas vinculadas ao Governo visa enfraquecer a posição internacional da Polónia, numa estratégia imputada ao Kremlin, já que Varsóvia apoia as sanções contra a Rússia por causa da anexação da Crimeia, em 2014, e por causa do apoio ao Presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko.
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