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Novas plataformas marítimas móveis para busca e salvamento

Uma equipa do Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC) desenvolveu um conjunto de plataformas móveis autónomas, semelhantes a pequenos veículos marítimos, que podem ser utilizados em situações de busca e salvamento.

Novas plataformas marítimas móveis para busca e salvamento
Notícias ao Minuto

15:04 - 18/05/18 por Lusa

Tech Investigador

Os dez veículos de superfície, concebidos no âmbito do projeto FLEXUS, "servem como plataformas robóticas móveis a um conjunto de experiências que podem ser programadas através da Internet", disse à Lusa o investigador do INESC TEC Bruno Ferreira, um dos responsáveis pelo projeto.

Segundo indicou, esses veículos podem ser igualmente usados em vigilância de fronteiras marítimas, em monitorização ambiental, disponibilizando ainda acesso à Internet a outros veículos de superfície ou aéreos em operação nas proximidades.

Além disso, é ainda possível utilizar estes veículos para situações de batimetria (medição da profundidade dos oceanos, lagos e rios), na composição de uma cadeia que permita estender o alcance das comunicações rádio a zonas não abrangidas pelos pontos de acesso em terra e no suporte a outros veículos ou mergulhadores.

Os veículos desenvolvidos, que apesar de autónomos podem também ser remotamente operados, conseguem capturar imagens, monitorizar a água (medindo o pH, a condutividade e a temperatura) e o ar (concentração de monóxido de carbono, dióxido de carbono e temperatura).

Bruno Ferreira referiu que embora este seja o conjunto básico de sensores que constitui os veículos, podem-se incorporar outros, desde que sejam respeitados os limites físicos do veículo, as dimensões e o peso máximo.

Depois de capturados pelos sensores, os dados são processados pelo computador de bordo presentes nos veículos e, posteriormente, enviados para a 'cloud' (dispositivo de armazenamento de dados colocado na Internet).

Para se posicionarem nos locais, os veículos precisam de sensores de navegação e de localização (recetores GPS e magnetómetro, que funciona como uma bússola) e atuadores - motores equipados com hélices que permitem a propulsão do veículo.

"Com base na informação fornecida pelos sensores, os algoritmos de controlo, executados no computador de bordo, geram comandos de atuação para os motores de modo que a trajetória do veículo seja coerente e de acordo com os comandos dados pelo operador ou pela experiência, intrinsecamente", explicou o investigador.

Relativamente às telecomunicações, esclareceu, o sistema opera recorrendo a duas ligações sem fios, que permitem o encaminhamento de informação entre veículos, melhorando a garantia de entrega de informação em terra.

"Cada um dos veículos dispõe de um ponto de acesso para que outros veículos se possam lá ligar e estabelecer ligação à Internet", acrescentou.

De acordo com o responsável, as "pequenas dimensões e o baixo peso" destes veículos permitem "um manuseamento fácil e mais ágil" e "uma capacidade de resposta mais interessante quando comparado com a maioria das soluções comerciais existentes, características especialmente importantes quando se operam vários veículos em simultâneo".

Quanto ao sistema de telecomunicações, ao utilizar duas interfaces de rádio em cada veículo, que operam de forma conjunta, permite que os dados sejam transmitidos a maiores distâncias, face a sistemas de telecomunicações utilizados nestes cenários.

Através destes veículos, "investigadores em vários pontos da Europa poderão executar experiências científicas" e recolher "dados relevantes, em tempo-real", indicou.

O FLEXUS insere-se no projeto-mãe RAWFIE, no qual pretende-se desenvolver uma plataforma que inclui veículos terrestres, aéreos e marítimos que permitam realizar e monitorizar experiências em vários domínios.

Com início em setembro de 2016 e término previsto para dezembro de 2018, o projeto contou com a ajuda do estaleiro Arsenal do Alfeite na especificação de aspetos mecânicos e no fornecimentos dos cascos.

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