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"O próximo quadro comunitário não deve ser um somatório de favores"

Para Francisco Louçã, o próximo quadro comunitário deve estar orientado segundo um "plano para o investimento".

"O próximo quadro comunitário não deve ser um somatório de favores"
Notícias ao Minuto

23:22 - 02/03/18 por Filipa Matias Pereira

Política Francisco Louçã

Esta terça-feira, a negociação sobre os próximos pacotes de fundos europeus esteve em cima da mesa numa reunião entre o ministro do Planeamento, Pedro Marques, e os social-democratas, representados por Castro Almeida, vice de Rui Rio. O encontro terminou com sinais de otimismo depois de terem sido ‘limadas algumas arestas’. Ficou ainda no ar a garantia de um PSD “de braço dado” com o Executivo para a defesa “do interesse nacional”.

Ora, este tema não passou à margem da análise de Francisco Louçã num habitual espaço de análise na antena da SIC Notícias. Para o ex-deputado, este deve ser o “grande debate” no Parlamento. “Sabemos que não vai haver um trabalho determinante sobre a reforma da justiça, ou sobre questões que tenham que ver com o emprego, mas os fundos são importantes porque se tratam de uma espécie de saco de redistribuição organizada de fundos importantes para empresas e regiões”. E este tema é de uma “importância estratégica na forma como a organização económica em Portugal se desenvolveu”, ressalva.

Para além disso, defende o antigo coordenador do Bloco de Esquerda, “os fundos estruturais do programa que está em vigor têm sido mal aplicados. Há poucos projetos de investimento de qualidade”. Para justificar este facto, Francisco Louçã relembra que, por exemplo, “as empresas médias – já para não falar das pequenas - têm enorme dificuldade em apresentar projetos sustentados. A gestão de fundos estruturais tem ajudado a confirmar não só a concentração da economia portuguesa em algumas empresas de topo, mas também a distorção em desfavor de algumas pequenas empresas. Todas as assimetrias têm-se agravado". 

Questionado relativamente ao ‘Portugal pós-2020’, Louçã destaca a necessidade de fazer “um esforço imediato em concretizar o resto deste programa e fazê-lo consolidando um investimento diversificado com objetivos estratégicos”. Mas, quando “pensamos num quadro pós-2020, creio que era preciso fazer uma alteração substancial e, neste sentido, têm-se somado algumas ideias interessantes de vários partidos, sendo que o centro da grande mudança deveria ser a criação de uma ideia coerente orientada para a reorganização do sistema industrial português”.

Para tal, torna-se imperioso “reduzir a carga emissora poluente, melhorar a eficiência energética e alterar o sistema de transportes urbanos”. Para finalizar, Louçã destaca ainda que “seria importante que o próximo quadro comunitário não fosse um somatório de favores em alguns setores económicos, mas um plano para o investimento. Olhamos muito para investimento público, mas pouco para a necessidade de qualificar o investimento privado”.

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