A atuação da PSP na manifestação de estudantes na Faculdade de Direito de Lisboa desta terça-feira foi “desajustada e abusiva”, o que “não abona nem a favor de uma democracia que garante o pleno direito de manifestação nem tampouco a favor da imagem da própria PSP”, defendeu Luís Monteiro, do Bloco de Esquerda, ao Notícias ao Minuto.
“As imagens televisivas não mentem: já depois de aberta a porta principal da faculdade, a PSP sentiu que era necessário empurrar e ameaçar estudantes, afastando-os à força desse local”, começou por explicar o deputado mais novo do Parlamento.
Mais ainda, o bloquista realçou que “não se compreende, em primeiro lugar, a presença de um número tão elevado de agentes no local e, em segundo lugar, como é que uma direção de uma Faculdade Pública permite um episódio desta natureza”.
“Basta abrir um qualquer livro de História de Portugal do Século XX e fazer um ‘descubra as diferenças’ entre os relatos da atuação da polícia nas crises estudantis de 1962 e 1969 e a posição que, em 2017, a polícia decidiu tomar”, destacou o jovem bloquista.
PSP na manifestação dos estudantes de Direito© Global Imagens
Nesta senda, Luís Monteiro ironizou, frisando que quando se olha para as imagens da tarde de terça-feira “quase parece que um conjunto de cidadãos fardados tinham decidido inscrever-se na disciplina de Direito Constitucional, para estudar o significado de Liberdade de Manifestação. Infelizmente, as razões eram inversas”.
Por fim, o bloquista revelou que “solidariedade” é a palavra que, neste momento, os estudantes merecem, já que o protesto em causa “transporta consigo um enorme sentido de justiça e, acima de tudo, um sentido de responsabilidade e de coragem, enfrentando um problema que não é de hoje e, infelizmente, parece perpetuar-se nesta instituição”.
O Notícias ao Minuto entrou em contacto com a PSP para perceber o que terá espoletado tais reações, mas as autoridades referiram que não há nada a reportar, sendo que os agentes permaneceram no local “apenas por uma questão preventiva".