Executivo percebeu que está a destruir o País, diz Louçã
O ex-dirigente do BE Francisco Louçã defendeu hoje que a crise política da semana passada prova que o governo percebeu que está a promover "a destruição sistemática" do país e por isso decidiu "fugir ficando ou ficar fugindo".
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Política Ex-dirigente
Em declarações aos jornalistas à margem de uma conferência sobre o futuro das relações ibero-americanas em Lisboa, Louçã disse que os episódios da semana passada, com a demissão e regresso de Paulo Portas ao governo, foi "uma tragicomédia".
"Prova que os próprios governantes, à parte de todas as zaragatas pessoais, perceberam que o que estão a fazer é a destruição sistemática do país e portanto culpam-se uns aos outros e tentaram fugir ficando ou ficar fugindo", disse o economista.
Sobre a aguardada decisão do Presidente da República sobre o acordo alcançado pelos partidos da coligação governamental, Louçã afirmou: "Eu creio que Cavaco Silva vai também ficar fugindo".
Para o antigo dirigente partidário, "a única decisão sensata" que o chefe de Estado podia tomar era convocar eleições legislativas, "eleições que dissessem à ´troika´ que é preciso acabar com a política de enterro de Portugal".
Os portugueses "têm o direito" de escolher uma alternativa e o governo, assim como o Presidente, estão a impedi-los de o exercerem, afirmou ainda.
Sobre a notícia hoje avançara pelo jornal El País de que a Comissão Europeia estará a preparar um segundo resgate a Portugal, já sem a participação do FMI, Louçã disse que "o segundo resgate sempre esteve escrito no insucesso da austeridade".
"É uma prova da falta de respeito democrático que o governo sempre tenha escondido o facto de ter vindo a conduzir esta negociação", disse o ex-dirigente.
Para Louçã, esta notícia significa que, após o fim do memorando da ´troika´, "Portugal continuará sujeito às mesmas regras de imposição fiscal, de controlo do défice, de verificação permanente, de redução dos salários e das pensões, de austeridade destruidora (...), mas não se chamará ´troika´, chamar-se-á programa cautelar".
"O que é grave para Portugal é que, depois de dois anos de catástrofe social, de aumento da dívida e do défice, se persista nas mesmas políticas que impõem o insucesso do país e o insucesso da nossa democracia perante as pessoas.
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