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É pouco provável que Bloco e PCP "caiam na tentação de sair do barco"

Na opinião de Vital Moreira, o que nenhum dos parceiros da solução governativa pode tolerar é a ideia de que estão afinal a trabalhar para levar o PS ao alcance de uma maioria absoluta nas próximas eleições legislativas”.

É pouco provável que Bloco e PCP "caiam na tentação de sair do barco"
Notícias ao Minuto

18:32 - 02/10/17 por Melissa Lopes

Política Vital Moreira

Vital Moreira analisou, no blog Causa Nossa, os resultados destas eleições autárquicas. O jurista começa por destacar que o “excesso” da vitória do PS “só pode deixar os parceiros da extrema-esquerda parlamentar à beira de um ataque de nervos, por verificarem que só os socialistas ganham eleitoralmente com o êxito da solução governativa conjunta”.

No caso do PCP, prossegue a análise, “o amargo de boca é especialmente pronunciado”, uma vez que “é também pesadamente sacrificado pela enorme vitória eleitoral do partido governante, sendo um dos dois grandes derrotados da noite”.

No que toca ao Bloco de Esquerda, Vital destaca que o partido dificilmente “pode cantar vitória” por ter “falhado vários dos seus objetivos eleitorais e continuando com uma expressão marginal no poder autárquico”.

De qualquer forma, para Vital, pior do que os resultados autárquicos em si, é a ideia de ambos os partidos estarem a trabalhar para o sucesso do PS. “O que nenhum dos parceiros pode tolerar é a ideia de que estão afinal a trabalhar para levar o PS ao alcance de uma maioria absoluta nas próximas eleições legislativas”.  Um cenário que os "tornaria politicamente dispensáveis", defende.

Por outro lado, e “ao contrário do que entendem alguns analistas políticos”, Vital Moreira não considera provável que Bloco e PCP “caiam na tentação de sair intempestivamente do barco governativo, abrindo uma crise política”.

Isto “porque sabem que seriam fortemente penalizados em eleições antecipadas por eles provocadas”. Contudo, opina ainda na sua análise, “não se vê como é que a suspeição de que a solução governativa favorece exclusivamente a hegemonia do PS, incluindo à custa deles, possa deixar de criar atritos adicionais no relacionamento interpartidário da ‘Geringonça’”.

O jurista faz ainda sobressair que esta solução governativa “depende da capacidade de encontrar recursos orçamentais suficientes para pagar as vultosas exigências anuais do BE e do PCP, sem deixar de ir cumprindo os compromissos de consolidação orçamental no seio da zona euro”. Tais exigências, remata, deverão “tornar-se agora mais onerosas, tornando mais difícil a equação orçamental. A começar pela que está em curso até dezembro...”, termina.

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