"Tormento" de secretário de Estado prova falência da política de Saúde
O PSD comentou hoje as declarações do secretário de Estado da Saúde sobre o tormento de governar nas atuais circunstâncias, afirmando ser "um assombro de verdade" e um "reconhecimento da falência" da alternativa de esquerda.
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"Vejo essa declaração como um assombro de verdade" e o "reconhecimento da falência de um modelo alternativo" de governação na área da saúde, disse à Lusa o deputado social-democrata Miguel Santos.
Na quarta-feira, o secretário de Estado da Saúde, Manuel Delgado, confessou que é "um tormento" governar nas atuais circunstâncias, em que os vários profissionais da área têm apresentado reivindicações e protestos.
"Estamos a viver um fenómeno que tem aspetos muito positivos. Os portugueses perceberam, ao contrário do que lhes tinha sido vendido antes, que afinal o país podia crescer repondo vencimentos. (...) Esta expectativa criou uma perversão, que é a perversão de que tudo se pode conquistar rapidamente (...). Ficou a ideia errada de que não só podíamos avançar na reposição de rendimentos, mas que essa reposição era infinita", afirmou Manuel Delgado à Lusa, à margem de uma conferência em Lisboa.
Para Miguel Santos, a afirmação de secretário de Estado prova, também, a falência do discurso do primeiro-ministro, quando "decretou o fim da austeridade" e da estratégia do Governo, incapaz de "corresponder às expectativas".
"Esta solução governativa, da dita geringonça, funciona com muitos sorrisos e sucesso, quando se trata de distribuir benefícios, mas quando os tempos começam a ficar mais complicados e sombrios, as dificuldades surgem, os partidos da situação começam a desentender-se", afirmou, numa referência às críticas do Bloco de Esquerda (BE) a Manuel Delgado.
Hoje, a coordenadora do Bloco de Esquerda (BE), Catarina Martins, considerou "infelizes e manifestamente desadequadas" as declarações do secretário de Estado, apelando a que negoceie "para cumprir promessas básicas" do programa do executivo.
Na área da saúde, há várias greves previstas para as próximas semanas, em outubro, de médicos, enfermeiros e técnicos de diagnóstico.
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