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"O PCP defende qualquer ditadura que tenha uma foice e o martelo"

Adolfo Mesquita Nunes lançou duras críticas à posição do PCP face à crise na Venezuela. Mariana Mortágua considera que Maduro está a pôr em causa o trabalho positivo realizado por Hugo Chávez.

"O PCP defende qualquer ditadura que tenha uma foice e o martelo"
Notícias ao Minuto

23:57 - 03/08/17 por Notícias Ao Minuto

Política Crise Venezuela

Parece não haver solução à vista para a crise na Venezuela. A eleição da Assembleia Constituinte no passado fim-de-semana não foi reconhecida pela União Europeia e por vários países na Europa, Portugal incluído. Se Mariana Mortágua considera que o Governo português fez o que devia fazer, Adolfo Mesquita Nunes deixou algumas críticas, no 'Esquerda-Direita' da SIC Notícias.

"É ao comparar aquilo que tem sido feito pelo governo de Espanha e pelo Governo português que vemos a diferença de ritmos e de tons. Enquanto que de Espanha tem havido pressões diplomáticas duras para que Maduro não atravesse as linhas que está a atravessar, Portugal tem tido aparentemente um papel mais passivo", disse o centrista.

A preocupação com os portugueses que vivem na Venezuela deve ser um motivo para o Governo de António Costa assumir uma posição mais dura, defende Mesquita Nunes. "Governo português já devia ter pressionado mais o regime venezuelano, até por ter lá tantos portugueses".

Mas as críticas do vice-presidente do CDS são ainda mais fortes para com a defesa do PCP ao regime de Nicolás Maduro e à Assembleia Constituinte. "Aquilo que o PCP procura defender é a sua doutrina comunista. O PCP defende qualquer ditadura que tenha uma foice e o martelo", acrescentando que os restantes partidos com assento parlamentar têm "excedido a tolerância para com o PCP".

A bloquista Mariana Mortágua não foi tão específica na sua crítica, mas reconheceu que "faz pouco sentido que quem defendeu Chávez e quem reconhece espírito progressista e tudo o que ele fez de bom na Venezuela, abdique da Constituição que era o pilar" do 'chávismo'.

A deputada do Bloco de Esquerda lamentou que Maduro esteja "a pôr em causa até aquilo que de bom havia na governação de Hugo Chávez. Foi uma governação com aspetos bastante positivos: no combate à pobreza, que se reduziu em 50%, a alfabetização, teve eleições democráticas e foi sempre eleito com largas maiorias".

Mariana Mortágua considera que Maduro não soube reagir às dificuldades. "Perante os problemas optou por uma viragem autoritária, pouco democrática ou até mesmo anti-democrática, com uma repressão daqueles que se opunham".

No entanto, a bloquista receia que a solução para a Venezuela não esteja na oposição. "Quem está na oposição da Venezuela é gente que tentou muitas vezes uma oposição violenta aos governos democraticamente eleitos de Chávez", acrescentando que "entregar o país a esta direita violenta, também com milícias e pouco democrática não resolverá o problema".

Mortágua aproveitou ainda para dar uma bicada no CDS. "Porque é que o CDS quando é preciso votar na Assembleia da República a falta de liberdade de expressão em Angola não o faz? Nunca admitiu que nem é uma democracia. Quando é para condenar o regime de Angola, ninguém condena, mas condenam o regime na Venezuela".

Uma crítica que foi refutada por Adolfo Mesquita Nunes.

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