"Toda a população portuguesa está a diminuir, mas não ao ritmo da cidade do Porto. O Porto tem uma perda de população ativa sem par em qualquer cidade média do país", criticou o candidato independente que lidera a Porto Autêntico, coligação PSD/PPM.

Para Álvaro Almeida, que falava num encontro com jovens na cidade, "se as pessoas saem do Porto não é porque não gostem do Porto. Salvo exceções, as pessoas saem do Porto por falta de alternativas, porque não encontram uma habitação de qualidade a preços que consigam pagar e porque não encontram um emprego de acordo com as suas expectativas".

Como "primeira solução", o independente defende o aumento da oferta "de habitação de qualidade", o que não passa por construir casas novas, mas sim por "reabilitar a habitação que já existe".

Para tal, o candidato indica que as áreas de reabilitação urbana devem ser alargadas a "toda a cidade", lembrando que "a reabilitação da cidade do Porto foi um sucesso no centro histórico porque se constituiu nessa zona uma área de reabilitação", com "vantagens fiscais" -- em termos de IMI, IMT e até IRS -- para quem realizasse obras nesse sentido.

"No Porto, em cada quatro habitações, três são em edifícios anteriores a 1970. Três quartos das casas têm mais de 50 anos", destacou Álvaro Almeida, para quem "casas com mais de 50 anos, para serem casas onde valha a pena viver, é preciso reabilitar".

Álvaro Almeida apontou ainda, como "segunda medida que a câmara pode fazer", que o património do município seja colocado "à disposição dos promotores imobiliários".

Assinalando a existência de muitas habitações do município vazias, o independente sugere que as mesmas sejam reabilitadas e aproveitadas "para habitações para jovens", fixando-os assim na cidade.

"Se câmara não tiver capacidade financeira, pode fazer acordos com promotores imobiliários que as reabilitem" e que "coloquem alguns no mercado livre e outros a rendas controladas", para que "uma parte significativa seja para residentes no Porto".

Segundo o candidato, "o mesmo pode ser feito com as 'ilhas'. As 'ilhas' são zonas de habitação que se caracterizam por ter más condições e áreas muito pequenas. Há dezenas de 'ilhas' no Porto e muitas são em zonas muito interessantes para viver", realçou, sublinhando que "há um projeto muito interessante, a ilha da Bela Vista, onde se pegou nos edifícios degradados e transformou em habitações com toda a qualidade de vida".

Ao nível do emprego, Álvaro Almeida criticou a forma como "o Porto tem criado algum" mas "só no turismo", assinalando que "nos últimos três anos" está abaixo de todo o país.

"Não há criação de emprego fora do setor do turismo. Em termos líquidos há perda de emprego nos outros setores", criticou o candidato para quem a cidade precisa de turismo "mas não pode" viver só de turismo.

"O Porto tem a melhor universidade do país, com 14 faculdades, com dezenas de cursos, e apenas uma pequena parte está ligada ao turismo. Os outros jovens precisam de ter na cidade respostas para além do turismo", defendeu.

Para Álvaro Almeida, "a forma de atuar nesse setor é fazer com que o Porto seja, no setor económico, o que era há 20 anos. Era a sede de grandes empresas. Algumas mantêm-se, mas os serviços centrais estão em Lisboa".

"É necessário reverter essa tendência. Temos que criar condições para que o Porto seja a sede de grandes empresas e instituições", realçou, voltando a defender que "o Porto deve ser a sede da Agência Europeia do Medicamento".

Ainda sobre a EMA (sigla em inglês), o candidato independente da coligação PSD/PPM referiu que o Porto "tem condições" para acolher a agência e tem espaço para tal, nomeadamente na zona de Campanhã.