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"Somos euro convictos, o que não significa que sejamos euro-ingénuos"

O primeiro-ministro destacou hoje a "unanimidade total" do parlamento português sobre a prioridade em proteger cidadãos lusos e britânicos nas negociações sobre a saída do Reino Unido da União Europeia (UE), vincando que o PS não é "euro-ingénuo".

"Somos euro convictos, o que não significa que sejamos euro-ingénuos"
Notícias ao Minuto

18:38 - 26/04/17 por Lusa

Política António Costa

No debate preparatório do Conselho Europeu extraordinário de sábado, dedicado ao Brexit, BE, PCP e PEV manifestaram o seu descrédito nas instituições e projeto europeus, considerando-as em crise e sublinharam que os cidadãos do "Velho Continente" sempre demonstraram a mesma opinião negativa sobre a construção da UE quando foram questionados.

No essencial, PSD e CDS-PP, tal como PS e as restantes bancadas partidárias, exigiram ao Governo português que acautelasse os interesses dos emigrantes e residentes portugueses no Reino Unido desde o início do processo de negociações que deverá estender-se pelos próximos dois anos.

"Se há partido que não é ambiguo sobre esta matéria é o PS. Não foi o PS que alguma vez viveu uma fase de euroceticismo e também não pôs em causa a adesão à CEE, fazendo derrubar um Governo, por não acreditar nas negociações. Não somos euro arrependidos, somos euro convictos, o que não significa que sejamos euro-ingénuos", concluiu António Costa, dirigindo-se a CDS-PP e PSD.

Antes, o chefe do executivo socialista tinha referido "a constatação" de que "há unanimidade total" no parlamento "quanto à prioridade negocial de Portugal": as pessoas e defesa dos seus interesses, dos portugueses no Reino Unido e dos cidadãos do Reino Unido que residem em Portugal", embora salvaguardando não poder adiantar "matéria classificada" como as diretrizes a serem seguidas nas negociações com Londres.

O deputado do PSD Miguel Morgado tinha identificado como "principal inimigo e obstáculo" a "incerteza e a indefinição que estão a afetar dezenas de milhares de pessoas e o impasse económico de empresas dentro e fora do Reino Unido".

"O processo de saída de um estado membro é algo nunca foi tentado, não tem precedente. Será um processo muito complexo, longo, até há quem diga mais de dois anos", alertou o parlamentar do CDS-PP Mota Soares, sublinhando as mesmas preocupações com os direitos dos portugueses na "Velha Albion".

A bloquista Isabel Pires retirou também a conclusão de que "há posições de ambos os lados confusas e contraditórias, num cenário de incerteza" e que o processo do 'Brexit' tem sido instrumentalizado desde início para incutir medo do outro, ao que vem de fora", num "projeto europeu que é cada vez mais difícil de defender".

"O 'Brexit' é outro fator demonstrativo da crise da UE. Está a ser instrumentalizado para um maior processo de aprofundamento capitalista e de benefício do diretório de potências", defendeu o líder parlamentar comunista, João Oliveira, lamentando o "ataque aos direitos do povo britânico" a "pressão", "chantagem e condicionamento", mas sem esquecer a necessidade de proteger os portugueses emigrados.

A ecologista Heloísa Apolónia afirmou que o "Brexit" foi "um processo com o qual a UE e as instituições não contariam até que os cidadãos falaram". Segundo a deputada do PEV a UE não percebe que "está a governar para elites e grandes interesses e não está a dar respostas para a vida concreta dos cidadãos".

Os socialistas Eurico Brilhante Dias e Carla Tavares também sublinharam a necessidade de acautelar os interesses portugueses, sendo que a UE "não pode consumir todas as suas energias nos próximos dois anos" neste processo e perder de vista o essencial da sua própria convergência. "Se o Reino Unido quer estar 'out' [fora], Portugal quer estar 'in' [dentro]", declarou a deputada do PS.

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