POUPANÇA NO MINUTO
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"É importante votar por convicção e não por obrigação moral”
Joaquim Jorge alerta para o problema da abstenção que a política portuguesa enfrenta.
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Política Joaquim Jorge
Para Joaquim Jorge o facto de Donald Trump tomar hoje posse, mesmo apesar de ter tido menos dois milhões de votos do que Hillary Clinton, é a prova de que a democracia tem “coisas inexplicáveis”. A situação remete para um dos principais problemas que a política portuguesa enfrenta: a abstenção.
Um “problema que parece sem solução: a indiferença, desilusão, apatia, afastamento e desinteresse. E, diria até de muitos o desdém com que se olha para a democracia”.
“A consequência é uma abstenção enorme”, considera o fundador do clube dos Pensadores, que defende que “quem de direito - os políticos […] nada fazem ou pouco fazem para fazer diminuir a abstenção”.
“Se não o fazem é porque verdadeiramente não se importam, nada acontece e o sistema funciona na mesma”, diz, apontando que uma das principais causas deste problema é o facto de os eleitores não se identificarem com nenhum dos candidatos. Contudo, muitos ainda assim “votam por consciência democrática” mesmo que não “apreciem muito em quem vão votar”.
”Se houvesse mais candidatos independentes emanados da sociedade civil, seria diferente”, sugere Joaquim Jorge, lembrando, porém, que “os partidos continuam com larga vantagem numa eleição local”, devido às exigências feitas a um candidato em nome individual.
“Há todo o tipo de entraves e dificuldades: reunir as assinaturas necessárias para ser candidato; conseguir financiamento; pagar uma taxa de IVA de 23%; ter um número romano no boletim de voto, em vez de um símbolo; etc.. “, atira, colocando pressão sobre o Presidente da República, que deve chamar a atenção para “esta anomalia do sistema político português”.
“É muito importante numa eleição ir-se votar por convicção e não por obrigação moral”, considera o biólogo, acrescentando que não votar por não concordar com um candidato não deve ser considerado uma “falta de cumprimento de dever cívico”.
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