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"Julgamento da Geringonça fica para o povo quando for chamado a votar"

Ávaro Beleza, um dos maiores críticos de António Costa, suspende toda a atividade partidária para se dedicar, esperando vir a ser eleito, à Ordem dos Médicos nos próximos anos. Por isso, abstém-se de comentários, julgamentos e de cenários hipotéticos. Seria Seguro hoje primeiro-ministro se Costa não o tivesse defrontado? "Reconheço-lhe qualidades para chegar a qualquer cargo", responde.

"Julgamento da Geringonça fica para o povo quando for chamado a votar"
Notícias ao Minuto

10:00 - 18/01/17 por Notícias Ao Minuto

Política Álvaro Beleza

O percurso político de Álvaro Beleza começou em 1974 e com um facto curioso à luz dos dias de hoje. Foi fundador da Juventude Social Democrata. Já entre 1986 e 1994, foi membro da Comissão Nacional do Partido Socialista e da Comissão Política Nacional de 2011 a 2016. Por estar ao lado de António José Seguro, nos tempos em que este foi secretário-geral do partido, ganhou o rótulo de 'Segurista', acusando António Costa de representar um regresso de Sócrates.

Afasta-se agora da vida partidária para, tal como espera - caso seja eleito, vir a ser bastonário da Ordem dos Médicos. E, no caso, assim se manterá até que o mandato termine.

Por essa razão, e questionado pelo Notícias ao Minuto sobre questões políticas, Álvaro Beleza não se desviou um milímetro daquela que é a sua postura enquanto candidato à Ordem.

Instado a comentar a atuação do primeiro-ministro, António Costa, e a forma como este chegou ao cargo que ocupa, o socialista limitou-se a dizer que "a democracia ainda funciona em Portugal".

"O povo é soberano e julgará no tempo e no local certo, o qual em democracia é o momento de votar". E sobre a solução governativa encontrada, vulgo Geringonça? Álvaro Beleza diz não ter ficado surpreendido com o sucesso desta solução, mas que em todo o caso, o julgamento está nas mãos dos portugueses. "A minha idade e experiência de vida fazem com que já poucas vezes me surpreenda. Quanto ao julgamento, fica para o juiz maior: o povo. Quando for chamado a votar", afirmou em entrevista ao Notícias ao Minuto. 

Confrontado com as diferenças que o colocaram no lado oposto ao de António Costa, e com a insinuação de que Costa representaria o regresso de Sócrates, Beleza volta a responder na mesma linha. "O que importa, neste momento, é que o futuro bastonário da Ordem dos Médicos tenha um relacionamento construtivo com o governo, para bem dos doentes e dos médicos, que tão maltratados têm sido", afirmou, esquivando-se igualmente a comentar sobre se as feridas no PS já estão saradas. Responder-nos-á, promete, "daqui a três anos". 

A António José Seguro reconhece "capacidades para chegar a qualquer lado e a qualquer cargo", mas recusa falar de cenários hipotéticos caso Seguro estivesse no lugar de Costa. "Cada homem tem a sua circunstância", declara a esse propósito. 

E é sempre esta a tónica discursiva de Álvaro Beleza, a de um homem afastado da política. Apoiou Maria de Belém nas Presidenciais. O que correu mal?, perguntamos. "Deixo essa análise para a História. A História precisa de tempo – e ainda passou pouco tempo", limita-se a responder.

Por fim, questionado acerca da atuação de Marcelo Rebelo de Sousa, Beleza só tem elogios a fazer: "É o Presidente que qualquer bastonário gostaria de ter como interlocutor, caso tenha de vir a recorrer à sua magistratura de influência". Já sobre a relação de Costa com Marcelo, enquanto candidato a bastonário o socialista "só pode desejar que as instituições funcionem no respeito pelas respetivas competências. Sendo que ambos, Presidente e primeiro-ministro, são pessoas inteligentes e politicamente experientes", remata.

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