"Se juntarmos à instabilidade interna do PSD/Madeira uma total falta de liderança do líder do partido no governo e um governo absolutamente medíocre - em que nós compreendemos que a maior parte dos governantes que apareceram neste novo governo são verdadeiros erros de 'casting' -, percebemos que estamos perante um caldo governativo bombástico e assustador que vai influenciar a vida dos madeirenses", afirmou o dirigente, na festa anual dos socialistas no arquipélago, no Funchal.

Segundo Carlos Pereira, o PSD/Madeira, o "adversário" político que hoje governa a região, "está num processo de instabilidade contínua".

"Não estamos preocupados com os golpes que observamos no PSD/Madeira, com as intrigas permanentes ou problemas internos. Estamos preocupados é com o impacto que estas intrigas, que estes golpes - com estas diferenças dentro do PSD/Madeira, cada vez mais evidentes - têm na governação e na vida das pessoas", argumentou, considerando ser necessário "dizer basta a este tipo de situações".

Discursando no denominado Arraial da Liberdade, na praça Amarela, nas imediações da sede do partido na região, para algumas dezenas de pessoas, o responsável opinou que a situação no PSD da Madeira " é grave".

No seu entender, a força política que governa a região "está dividida entre grupos grupelhos e ainda por cima não tem liderança", já que "o líder tem a cabeça a prémio nas próximas eleições autárquicas".

"E isso percebe-se todos os dias pelo desnorte total como estão a conduzir as autarquias na Região Autónoma da Madeira", disse Carlos Pereira, indicando que o partido vai deixar "uma marca socialista nas eleições nas autarquias", porque "governa com transparência e rigor".

O líder socialista regional também sublinhou que o PSD de Miguel Albuquerque não conseguiu cumprir as promessas, "mandando para Lisboa" as respetivas responsabilidades de financiamento, como nos casos da linha marítima entre a Madeira e o continente e da construção do novo hospital no Funchal.

Outro aspeto criticado por Carlos Pereira foi o novo modelo de mobilidade nas ligações aéreas, que, opinou, "é um fiasco, um fracasso e não resolve o problema dos madeirenses e dos estudantes" que frequentam estabelecimentos fora da região.

O líder socialista insular referiu que, tendo saído hoje as listas de colocações para o ensino superior, "não há também disponibilidade de bilhetes reembolsáveis até a próxima quinta-feira" para os estudantes da Madeira "e o Governo Regional não diz nada".

Por seu turno, o membro do secretariado nacional do PS Pedro Nuno Santos, que é secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, disse que com o atual Governo da República "Portugal tem uma democracia mais rica e plural" e vincou que na atual "solução governativa não há reféns".

O responsável salientou o empenho de Carlos Pereira, que se tem esforçado de forma "incansável" para que em Lisboa "não se esqueçam da Madeira", sendo prova a forma como o "Orçamento de Estado respondeu a muitos dos problemas" da região.