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"Quem está longe do consenso político é o Governo"
O líder parlamentar socialista acusou esta quarta-feira o Governo de estar longe do consenso político e diz que este seria mais fácil acontecer se o executivo de maioria resolvesse a "dessintonia" entre o que diz e o que faz.
© Reuters
Política Zorrinho
Em declarações aos jornalistas em Bogotá, onde se encontra a acompanhar a visita oficial que o Presidente da República está a realizar à Colômbia, Carlos Zorrinho começou por dizer, a propósito do encontro que aconteceu hoje de manhã entre o primeiro-ministro e o líder do PS, que sente que está a ocorrer uma "dessintonia entre aquilo que o que o Governo diz e o que o Governo faz".
"Aqueles que acreditam no crescimento, no emprego e noutra via para a Europa ficaram expectantes com as afirmações feitas no sentido de que haveria uma maior abertura para as propostas do PS, que haveria um maior esforço agora no crescimento e no emprego, mas as informações que tenho é que esse diagnóstico diferente (...) não teve ainda nenhuma consequência em práticas diferentes", disse.
Na prática, segundo Zorrinho, o que o Governo propõe é continuar a "fazer cortes e continuar a aumentar a austeridade".
"As condições para poder haver consenso são esta dessintonia estar resolvida, porque nós achamos que o caminho da austeridade já demonstrou que é um caminho falhado, que é preciso políticas diferentes de fomento, de dinâmica económica. O Governo já o disse, mas não está disposto a praticá-lo", acrescentou.
Desta forma, referiu, "se essa dessintonia se resolver é fácil haver um consenso, mas quem está longe do consenso é o Governo e a maioria, não é o PS".
Questionado se o PS está neste momento mais disposto a conversar e a dialogar com o Governo, Carlos Zorrinho reconheceu que o diálogo em si é um instrumento democrático muito importante e que "vale a pena se houver um sentido de chegada que seja minimamente convergente".
O líder da bancada socialista escusou-se, contudo, a fazer qualquer comentário sobre o papel do Presidente da República na busca do consenso político, alegando não quer falar sobre nada que tenha que ver com o chefe de Estado, "estando fora do país e integrado numa comitiva que ele chefia".
Carlos Zorrinho anuiu, porém, a fazer um breve comentário à visita de Estado que Cavaco Silva está a fazer à Colômbia, considerando que tem sido "um grande sucesso político, económico e empresarial".
Elogiando a "grande dinâmica" que as empresas portuguesas estão a demonstrar, o líder parlamentar socialista fez ainda votos para que as empresas colombianas encontrem em Portugal condições para investir.
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