"Os números que saíram são francamente negativos"
A vice-presidente do PSD Maria Luís Albuquerque considerou hoje que o crescimento de 0,2% da economia no segundo trimestre face aos primeiros três meses do ano são números "francamente negativos" e revelam que a "economia está estagnada".
© Global Imagens
Política PSD
"Os números que saíram são francamente negativos, temos um crescimento homólogo de apenas 0,8, o que significa uma taxa de crescimento de sensivelmente metade daquilo que foi registado no ano de 2015", afirmou Maria Luís Albuquerque.
Além disso, acrescentou a ex-ministra das Finanças, representam também uma divergência relativamente ao crescimento na área do euro e na União Europeia.
"O que isto revela é aquilo que PSD tem vindo a chamar à atenção:"A estratégia do Governo está economicamente errada", sublinhou, classificando também a atuação do executivo socialista como "imprudente".
Segundo dados hoje divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), a economia portuguesa cresceu 0,2% entre abril e junho face ao primeiro trimestre deste ano, taxa idêntica à dos dois trimestres anteriores, e avançou 0,8% em termos homólogos.
Em termos homólogos, a economia desacelerou, face ao crescimento de 0,9% no trimestre anterior.
Numa conferência de imprensa na sede do PSD, em Lisboa, a antiga ministra das Finanças destacou ainda o facto da procura interna não ter tido qualquer contributo positivo para o crescimento.
"O investimento está estagnado, a economia está estagnada", frisou, salientando que o investimento depende essencialmente da confiança e esse foi um dos primeiros valores que este Governo "pôs em causa logo no início do seu mandato".
Alertando que os "erros" da estratégia do Governo terão consequências, a vice-presidente do PSD lembrou que sem crescimento económico será mais difícil cumprir metas e existiram consequências negativas quer sobre o défice, quer sobre a dívida pública ou a recuperação do emprego.
Relativamente às exportações líquidas, Maria Luís Albuquerque reconheceu a existência de "sinais ligeiramente positivos", mas lamentou que isso decorra apenas da contração das importações, já que o desempenho das exportações tem tido "um desempenho cada vez mais fraco".
"O Governo tem tido uma atuação que é imprudente, tem seguido uma estratégia económica errada", vincou, referindo que, quando a economia deixa de crescer, "se segue inevitavelmente austeridade".
Questionada se considera que o cumprimento da meta do défice poderá estar em causa, a antiga ministra das Finanças recordou que"quando o crescimento económico não é aquele que se antecipa isso tem consequências negativas em todos os níveis".
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