"Como nos casamentos, ou vão a votos, ou calem-se para sempre"
Aguiar-Branco, ex-ministro da Defesa, defendeu hoje que todas as figuras principais PSD devem candidatar-se às eleições autárquicas de 2017, citando vários nomes, e sugeriu as candidaturas de Pedro Duarte no Porto e de José Eduardo Martins em Lisboa.
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Política Aguiar-Branco
"Caros barões, aspirantes a barões, candidatos a barões, candidatos a candidatos, 'enfants terribles', ausentes deste Congresso, sigam as ancestrais tradições, gostando ou não gostando do nosso presidente do partido, têm de ir a votos. Como nos casamentos, ou vão a votos, ou calem-se para sempre. Isto sim, é ser social-democrata", declarou o antigo líder parlamentar do PSD.
Numa intervenção no Congresso do PSD, em Espinho, José Pedro Aguiar-Branco fez duas sugestões concretas: "Alguém tem dúvidas que José Eduardo Martins é um grande candidato à nossa Câmara Municipal de Lisboa? Alguém tem dúvidas que o Pedro Duarte é um grande candidato ao Porto? Eu não tenho dúvidas algumas".
Sustentando que "o partido tem quadros, tem figuras e não se pode dar ao luxo de nestas circunstâncias desperdiçar nomes", Aguiar-Branco acrescentou: "Nuno Morais Sarmento, Teresa Leal Coelho, Maria Luís Albuquerque, Luís Montenegro, Teresa Morais, Paula Teixeira da Cruz, Matos Correia, todos esses militantes que preenchem o espaço público com grande visibilidade podem e devem ser candidatos".
No final desta intervenção, o ex-ministro anunciou que aceitou ser candidato à Assembleia Municipal de Guimarães, "para ajudar o André Coelho Lima a ser o próximo presidente da Câmara de Guimarães".
O ex-ministro da Defesa recordou que o atual Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, quando liderava o PSD, em 1997, "exigiu que todos fossem candidatos, todos" - salientando que na altura Passos Coelho foi candidato na Amadora - e propôs que se repita agora essa estratégia.
"A questão delicada que se coloca é quem é que, 20 anos depois, vai ser também candidato à Amadora. Nesse sentido, os 'enfants terribles' que vêm falar a seguir a mim, espero ouvi-los neste púlpito dizer se aceitam ou se não aceitam este desafio. E não estou a ser irónico", afirmou.
Segundo Aguiar-Branco, as autárquicas devem ser "o principal tema deste Congresso", porque "as eleições não se ganham nos últimos 15 dias da campanha, ganham-se um ou dois anos antes".
"É agora que temos de escolher os nossos candidatos, é agora que temos de começar a trabalhar", advogou.
Em seguida, o ex-ministro considerou que "nestes últimos anos" o PSD esteve dividido em dois, "um partido de autarcas e outro para ministros ou putativos ministros, uma espécie de Liga dos Campeões e Liga Europa, uma de primeira e outra de consolação".
"Os presidentes do partido explicam que as escolhas são das estruturas locais e, portanto, quase nada têm a ver com o assunto. Em vez de descentralização, isto é desculpabilização. Foi assim nos últimos anos com diferentes líderes. Isto é também profundamente contra a nossa natureza", criticou.
Aguiar-Branco apontou o dedo aos membros da atual equipa de direção de Passos Coelho, referindo que, "nas últimas autárquicas, dos cinco vice-presidentes, só dois foram a votos", Pedro Pinto, em Sintra, e Carlos Carreiras, que já era autarca antes", em Cascais.
Em tom de desafio, acrescentou: "Quem quer ser barão, vai a votos. Aliás, só é barão quem vai a votos, por muito que apareçam na televisão".
Nas últimas eleições autárquicas, realizadas em 2013, o PS foi o partido que elegeu mais presidentes de Câmara, 150, enquanto o PSD, sozinho ou em coligação, conseguiu 106 câmaras.
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