A Esquerda parlamentar não recebeu de bom grado a notícia de que Maria Luís Albuquerque foi contratada para assumir o cargo de diretora não-executiva e chefe de operações no Reino Unido da Arrow Global.
Os deputados dos diversos partidos têm-se, por isso, feito valer do Facebook para manifestar o seu desagrado.
“Isto já é tão explícito e obsceno que já não é plutocracia, é pornocracia”, escreveu Miguel Tiago, do PCP.
Independentemente dos contornos jurídicos formais, este caso trampolim da ex-ministra das Finanças é eticamente insanável, acrescentou Isabel Moreira, do PS.
Também o deputado bloquista José Soeiro reagiu, dizendo ser uma “vergonha completa” a situação em que “uma ex-ministra que é deputada e acumula o cargo com a direção de uma empresa financeira que gere o crédito malparado, nomeadamente do Banif, empresa que diz que vai beneficiar pelo facto de ela ter sido ministra”.
Mais tarde, José Matos Correia viria defender Maria Luís Albuquerque, atirando que a reação do PS a este caso se prendia com pesos na consciência.
Pouco depois, Pedro Filipe Soares anunciava que o Bloco de Esquerda iria apresentar uma iniciativa legislativa para colocar em debate o regime de incompatibilidades e impedimentos de cargos políticos e altos cargos públicos.
Nessa sequência, o vice-presidente da bancada parlamentar socialista João Galamba mostrou-se aberto a rever a legislação.