"Cavaco entende por consenso a arregimentação do PS"
Antigo ministro socialista conversou com o Público sobre o impasse político que se vive em Portugal.
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Política Entrevista
Para João Cravinho vivemos atualmente uma “viragem no debate político” que é um “episódio estrutural, profundo, que veio para ficar”, referindo-se ao acordo alcançado entre PS, Bloco de Esquerda e PCP.
Por isso, o antigo ministro do Equipamento, Planeamento e Administração do Território, acredita que o caminho se faz caminhando e as “coisas vão-se construindo”.
“Não acredito que haja um big-bang, as coisas vão-se construindo, mas que veio para ficar, veio”, sublinha, garantindo que é exatamente isto que “preocupa” a Direita, pois “não é uma questão de conjuntura”, e PSD e CDS sabem isso.
João Cravinho acusa Aníbal Cavaco Silva de apelar, de “uma maneira extrema dada a sua posição institucional, ao consenso, consensos mínimos de governação”.
“Mas o Presidente entende por consenso a arregimentação do PS, a adesão ao programa da coligação. Isto significa que não é possível um consenso destes porque seria autodestrutivo do PS”, sublinha.
Ainda assim, o socialista diz que tal não significa que não possa existir consensos, mas “Passos Coelho ao deslocar-se para a Direita, destruindo no seu partido elementos mais sociais-democratas, queimou a hipótese declarando que queria ir para além da troika”.
E foi, na ótica do socialista, esta “declaração ideológica que criou um fosso enorme que não é suscetível de ser vencido”.
“É necessário um consenso, mas não um projeto de fação”, aponta.
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