Instado pela agência Lusa, na Guarda, a comentar o facto de Sócrates ter colocado o Estado português no Tribunal Europeu dos Direitos do Homem, o candidato presidencial disse tratar-se de "mais uma manobra das muitas que o ex-primeiro-ministro tem utilizado para tentar evitar o julgamento e tentar que o processo acabe na secretaria". "Acho que os portugueses já perceberam isso", sustentou.
Marques Mendes esteve, na Guarda, em ações de pré-campanha, tendo visitado as valências do Centro de Formação, Assistência e Desenvolvimento (CFAD), da Fundação Frei Pedro, e participado nas comemorações do 12.º aniversário da 'Cápsula do Tempo 2050', do Clube Escape Livre.
Para o candidato, o caso José Sócrates é "a prova provada, para aqueles que ainda possam ter alguma dúvida, de que a reforma da Justiça é uma prioridade".
"E eu, enquanto Presidente da República, colocarei esta prioridade na agenda pública, política e mediática", assegurou.
"É por estas e por outras razões que acho que é cada vez mais necessária e urgente uma reforma da Justiça. E será uma das minhas causas enquanto Presidente da República, o que obriga a fazer pontes entre quem está no Governo e partidos da oposição", acrescentou.
Marques Mendes adiantou que uma reforma da justiça tem "muito a ver com tudo isto que está a acontecer neste caso".
"Precisamos de uma justiça mais rápida, uma justiça tardia não é uma verdadeira justiça", constatou, sugerindo mais duas medidas para essa reforma.
A primeira é acabar com os megaprocessos. "Não podemos continuar com megaprocessos judiciais, como é este o caso. Levam uma eternidade a resolver, este ainda nem sequer a julgamento e isso tem que mudar", afirmou.
Luís Marques Mendes também considera que é preciso dar aos juízes "mais poderes" para poderem "acabar com as manobras que sejam manifestamente dilatórias, ou seja, manobras jurídicas que se vê claramente que são apenas para atrasar o processo".
O antigo primeiro-ministro José Sócrates considerou hoje que um "lapso de escrita" que em 2024 reavivou o processo Operação Marquês, que "estava morto", foi a "gota de água" que levou à apresentação de uma queixa contra o Estado português.
O antigo primeiro-ministro José Sócrates apresentou, esta terça-feira, em Bruxelas, uma queixa no Tribunal Europeu dos Direitos Humanos (TEDH) contra o Estado português na Operação Marquês.
O arguido justificou que um "lapso de escrita", que, em 2024, reavivou o processo, que "estava morto", foi a "gota de água" que levou à apresentação de uma queixa contra o Estado português.
Na sua opinião, é "uma artimanha que serviu apenas para manipular os prazos de prescrição e querer levar" o processo a julgamento: "O lapso de escrita é apenas isso", declarou.
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