No voto de pesar, apresentado pelo PS e aprovado por unanimidade, frisa-se que Teresa Rita Lopes publicou uma "vasta obra nas áreas da poesia, do ensaio do teatro" e foi uma "das maiores especialistas na obra de Fernando Pessoa".
Nascida em Faro em 1937, a relação de Teresa Rita Lopes com a sua região de nascimento é "uma constante na sua vida e obra", lê-se no voto de pesar, que frisa que o Algarve figurou em livros como 'O Sul dos Meus Sonhos' ou na instituição cultural 'Casa Álvaro de Campos', em Tavira, onde, em 2011, "dirigiu e impulsionou o 'I Encontro Internacional -- Álvaro de Campos, o engenheiro de Tavira'".
O parlamento destaca que, entre 1968 e 1982, Teresa Rita Lopes viveu em Paris, onde defendeu a sua tese de doutoramento sobre Fernando Pessoa e lecionou na universidade Sorbonne Nouvelle, tendo-se posteriormente tornado professora catedrática na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa.
"Desde 1965, a sua investigação incide particularmente sobre Fernando Pessoa, dirigindo, desde 1987, o IEMO - Grupo Interdisciplinar de Estudos Pessoanos e Modernistas", frisa o parlamento, que acrescenta que Teresa Rita Lopes se notabilizou também como escritora, tendo ganho prémios na área da poesia, dramaturgia e ensaio, como o Pen Club.
"Assim, a Assembleia da República, reunida em sessão plenária, manifesta o seu pesar pelo falecimento de Teresa Rita Lopes, cuja obra académica e literária se projetou de forma marcante com expressão nacional e internacional, transmitindo aos seus familiares e amigos as suas sentidas condolências", lê-se no voto de pesar.
Neste período de votações, a Assembleia da República aprovou também por unanimidade outro voto de pesar, apresentado pelo Livre, pela morte do escritor e linguista Fernando Venâncio, destacando o seu "enorme legado de reflexão e estudo sobre o português, as suas origens, épocas, estilos e autores".
"Fernando Venâncio dedicou vários anos à investigação de matérias muito diversas da língua e literatura, como o romance rural português, a tradução literária, a crónica contemporânea, Fernão Mendes Pinto, Luís de Camões, Machado de Assis, Eça de Queirós ou José Saramago", lê-se.
Salientando que Fernando Venâncio "também nunca largou a escrita", a Assembleia da República frisa que, com a obra 'Assim Nasceu uma Língua -- Sobre as Origens do Português', publicada em 2019, o linguista deixou um "dos mais valiosos contributos para o conhecimento e a divulgação das origens mais remotas do português".
"Assim, a Assembleia da República manifesta o seu profundo pesar pelo falecimento de Fernando Venâncio e presta a sua homenagem a esta referência linguística e da literatura nacionais e que sempre acreditou no passado e no futuro da língua portuguesa", lê-se.
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