PCP insta Governo a condenar ataque dos EUA para afastar "conivência"

 O PCP instou hoje o Governo português a condenar a agressão ao Irão pelos Estados Unidos da América, avisando que o "não distanciamento" representa um ato de "conivência com esta política belicista" contrário aos valores constitucionais.

Paulo Raimundo, secretário-geral do Partido Comunista Português (PCP) - Rita Franca/NurPhoto via Getty Images

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Lusa
22/06/2025 17:51 ‧ há 3 horas por Lusa

Política

Israel/Irão

"O PCP insta o Governo português a condenar a agressão ao Irão pelos Estados Unidos da América e Israel, com a conivência das potências da NATO e União Europeia, assim como toda a escalada de guerra que estes levam a cabo no Médio Oriente, de que o genocídio do povo palestiniano é o mais visível exemplo, exigindo o seu fim imediato", defendeu João Frazão, membro da Comissão Política do Comité Central do partido, na sede nacional, em Lisboa.

 

Depois de os Estados Unidos terem entrado no sábado na guerra de Israel contra o Irão, bombardeando as três principais instalações envolvidas no programa nuclear iraniano, o dirigente comunista salientou que, "o não distanciamento e condenação por parte do Governo português, além de contrariar os princípios da Constituição da República Portuguesa, representa um ato de conivência com esta criminosa política belicista que constitui uma clara afronta ao direito internacional".

"Denunciando aqueles que animam e apostam na escalada de confrontação e guerra que empurra cada vez mais a humanidade para a catástrofe, o PCP apela a todos os democratas e patriotas, aos defensores da paz, para que não calem o seu protesto e indignação, para que ninguém fique indiferente perante os perigos que estas agressões encerram e para que prossigam e ampliem a luta pela paz e a solidariedade com o povo palestiniano e outros povos vítimas da agressão do imperialismo no Médio Oriente", apelou João Frazão.

O comunista insistiu que o executivo "tem que explicar urgentemente" o porquê da intensificação da presença da Força Aérea norte-americana na Base das Lajes, no arquipélago dos Açores, tema que já levou o partido a endereçar um conjunto de perguntas diretamente ao primeiro-ministro, Luís Montenegro.

O PCP pretende saber que papel é que as aeronaves norte-americanas na Ilha Terceira tiveram "no ataque agora efetivado" e condenou a eventual utilização desta base para a "escalada de agressão ao Irão com o consequente envolvimento de Portugal nessa agressão".

João Frazão insistiu que o Governo português deve "procurar a paz, o diálogo" e impedir que o território nacional seja utilizado para qualquer escalada de guerra.

"Seria aliás um bocadinho insano que o Governo português viesse a apoiar esta escalada belicista que pode rapidamente entrar fora de controlo", considerou.

O dirigente comunista lembrou que esta agressão ocorreu num momento em que estavam a decorrer "negociações indiretas entre o Irão e os EUA relativamente ao programa nuclear iraniano, que as autoridades iranianas reafirmam prosseguir fins pacíficos" e defendeu que o diálogo deve prosseguir.

"Se os dirigentes políticos quiserem é sempre possível fazer a paz, é sempre possível abrir caminhos ao diálogo, as portas nunca estão fechadas, basta os dirigentes políticos quererem e não basta apenas afirmá-lo. Ao Governo português não basta apenas afirmar que é necessário o diálogo, é preciso impedir que o território nacional seja usado para esta escalada de guerra", sublinhou.

Interrogado sobre o facto de o parlamento iraniano ter recomendado hoje o fecho de um dos principais corredores comerciais e económicos do mundo, o Estreito de Ormuz, - cuja decisão final compete ao líder supremo da república islâmica, o ayatollah Ali Khamenei -- o dirigente do PCP salientou que "se há alguém que tem falado e exigido o desenvolvimento da produção nacional e a garantia da soberania alimentar portuguesa, tem sido o PCP".

"Temos dito sempre e às vezes temo-lo dito sozinhos com outros a olhar-nos de lado, a dizer que não vale a pena porque estamos numa situação de um mundo globalizado", criticou.

Leia Também: Base das Lajes? Paulo Raimundo recusa Portugal "cúmplice" da guerra

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