O Executivo português ratificou o novo acordo ortográfico em 2008, sendo que estava previsto que o Brasil o fizesse ao abrir do pano de 2013. Porém, o país irmão do outro lado do Atlântico decidiu agora recuar nessa intenção, alegando um senador brasileiro que “o acordo é uma colcha de retalhos e está muito confuso”, cita o economista Bagão Félix num artigo de opinião que assina hoje no Jornal de Negócios.
O responsável considera, neste contexto, que “cá, o Governo na altura da ratificação (2008) quis ser mais ‘acordês’ do que o acordo, tendo determinado a sua aplicação apressada no sistema educativo e em todas as entidades públicas”. Agora, prossegue o ex-ministro, “está instalada a confusão”. Até porque também Angola ainda não aprovou o acordo.
Desta feita, salienta o economista em tom crítico, “em vez de nos preocuparmos em combater a indigência gramatical que se vai tornando a norma, acelerámos a entrada em vigor de um acordo que empobrece a língua portuguesa optando pela unicidade da estúpida prevalência do critério fonético” e aqui abre um parêntesis questionando “por que razão o h não foi às malvas”.
Ao longo do texto, Bagão Félix, sempre sob o chapéu do acordo ortográfico, procede também a alguns trocadilhos, nomeadamente com a União (ou falta dela) Europeia, ou com o actual Executivo.