BE abre debate interno sobre "erros e acertos" e pede "convergências"

O BE convocou uma reunião da Mesa Nacional para sábado no rescaldo das eleições legislativas e vai abrir um processo de debate interno sobre "erros e acertos", salientando a necessidade de "novas convergências alargadas".

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© Rafael Medeiros/BE/Flickr

Lusa
21/05/2025 11:36 ‧ há 7 horas por Lusa

Política

Legislativas

"Nas próximas semanas, com franqueza e abertura, debateremos as razões deste resultado, os nossos erros e acertos, bem como as experiências de organização e comunicação que queremos levar para o futuro. No sábado, reúne-se a direção nacional do Bloco na Mesa Nacional e serão marcados plenários concelhios e distritais", lê-se numa comunicação enviada pela Comissão Política do BE aos militantes, à qual a Lusa teve acesso.

 

Nesta comunicação, o partido liderado por Mariana Mortágua adianta que quer "ouvir todos os militantes, mas também companheiros e companheiras da esquerda" com quem quer "partilhar o percurso do futuro", salientando que a ascensão da direita exige "novas convergências alargadas" em defesa da Constituição de 1976.

"Pela primeira vez, a direita ultrapassa o limiar dos dois terços que lhe permite alterar a Lei Fundamental. Este facto deve determinar novas convergências alargadas no campo democrático em defesa da Constituição de Abril", é sublinhado.

No início da missiva, os membros da Comissão Política reconhecem que o BE "teve o seu pior resultado de sempre em legislativas" enquadrando-o num contexto de "uma avassaladora viragem à direita".

Salientam ainda que "o Chega cresceu e o somatório das votações do PS e dos partidos à sua esquerda é o mais baixo de sempre".

"O Bloco não se fecha: iremos à luta pela liberdade e pelo futuro da esquerda em todo o país, um espaço aberto de resistência, sem sectarismos. Remar contra a maré de direita exigirá de nós mais organização e militância. Agora com menos recursos, contamos contigo para relançar o Bloco e criar novas formas de organização e participação militante. Vamos fazê-lo juntos", remata a missiva.

Na comunicação, a Comissão Política mantém a defesa da nova estratégia adotada pelo partido nesta campanha que excluiu do percurso nacional a realização de arruadas, visitas a mercados ou feiras e mais contacto na rua, apostando nas redes sociais e no "porta à porta".

Considerando que o partido "colocou em foco temas essenciais, procurando disputar o debate público", os bloquistas reconhecem que "esse impacto político não se traduziu em mais força eleitoral, nem bastou para contrariar a dinâmica do discurso anti-imigração da extrema-direita".

"Essa narrativa foi popularizada pelo sensacionalismo de um conjunto de meios de comunicação social e pela manipulação de massas através das redes sociais. Instalou-se assim um senso comum xenófobo e racista que colocou as esquerdas à defensiva e sem capacidade de definir a agenda", argumentam.

A missiva acrescenta que "o balanço e as respostas a dar à nova situação estarão ainda no centro da próxima Convenção".

No passado dia 18, os bloquistas obtiveram o seu pior resultado de sempre em eleições legislativas, com menos 154.818 votos face a 2024 e passando de cinco parlamentares para uma deputada única: a líder, Mariana Mortágua, cabeça-de-lista por Lisboa.

O BE perdeu representação em distritos como Porto e Setúbal, nos quais elegia em contínuo deste 2002 e 2005, respetivamente, com Marisa Matias, Isabel Pires e Joana Mortágua a deixar o parlamento, além do líder parlamentar, Fabian Figueiredo, que era o número dois por Lisboa.

No rescaldo da noite eleitoral, Mariana Mortágua reconheceu que o partido teve "uma grande derrota" mas enquadrou-a num contexto de "viragem à direita na Europa e no mundo", falando sempre numa perda de toda a esquerda.

Apesar da queda eleitoral, Mortágua anunciou que pretende manter a sua candidatura à coordenação do partido na XIV Convenção Nacional, marcada para 01 e 02 de novembro, já depois das eleições autárquicas.

[Notícia atualizada às 11h49]

Leia Também: Na terra de Catarina Eufémia, Chega e CDU ganharam (empatados nos votos)

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