"Eu acho que é um pouco uma esperança um bocadinho acalentada, se calhar por uma ilusão de estabilidade que não existe e, acima de tudo, por uma falta de compromisso ainda com os portugueses em relação àquilo que possa ser os futuros do país, em matéria de transparência", afirmou após ser questionada sobre o voto de confiança para oito anos pedido na noite desta terça-feira feito pelo presidente do PSD, Luís Montenegro.
A porta-voz do Pessoas-Animais-Natureza, Inês de Sousa Real, falava aos jornalistas após uma ação de campanha na associação Sociedade Protetora dos Animais, em Lisboa.
Inês de Sousa Real considerou a expectativa do primeiro-ministro "excessivamente otimista", porque o "seu Governo já provou ter os mesmos problema dos casos e casinhos que tinha o anterior", acrescentando que "os grandes partidos acabam por não dar resposta nenhuma, nem solução nenhuma, aos grandes desafios que as pessoas enfrentam".
A líder do PAN acusou também o primeiro-ministro, Luís Montenegro, de "falta de compromisso com os portugueses" em matéria de transparência porque "conseguiu transformar um problema pessoal num problema do país e arrastar Portugal para novas eleições".
Sousa Real acrescentou que o primeiro-ministro não se pode esquecer que ainda tem "explicações a dar ao país" e "não transmitiu nesta campanha aquilo que é a sua visão em matérias absolutamente estruturais".
Numa visita a uma associação que apoia animais abandonados e em risco, a proposta do PAN para a criação de um serviço nacional de saúde para animais (SNS Animal) voltou a estar em cima da mesa, com a líder do partido a considerar que "seria uma profunda incompetência do Estado português se não conseguisse montar uma rede pública de serviço médico-veterinários".
"Não é o PAN que o pede, é a sociedade civil, são mais de metade dos lares portugueses que têm animais de companhia, e as associações que até aqui têm feito o que o Estado não conseguiu. Ao vermos este exemplo hoje da clínica e de outras clínicas também, de outras associações que já visitámos, se as associações conseguem, com os seus parco recursos, porque é que o Estado não consegue?", disse.
A porta-voz do PAN explicou que o modelo do SNS Animal assentaria na criação de uma rede de tratamentos médico-veterinários que incluísse, por exemplo, faculdades, associações de proteção animal ou clínicas privadas, com os quais o Estado celebraria um protocolo de modo a garantir o financiamento dos cuidados dos animais.
"Não faz sentido termos situações de pessoas que em desespero procuram estas associações, porque muitas vezes deixam de comer para pagar a saúde dos seus animais, ou até mesmo pessoas idosas que não têm como se deslocar e que acabam até por ter que deixar os animais à guarda das associações, porque não conseguem acompanhar os tratamentos médico-veterinários dos animais", acrescentou a líder do PAN.
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